quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

UM CONCERTO SEM PIANO

Houvera uma reunião em Alessandria, em julho. A seguinte era em Moura. Os temas andavam em torno da sustentabilidade das cidades, da energia, do uso das habitações...

O projeto tinha o nome de CONCERTO AL PIANO. Como se explica o nome?

Concerto - de acordo.
Al - a partir do nome da cidade de Alessandria.
Piano - de plano.

So far, so good. O encontro seguinte teve lugar em Moura, em plena feira de maio de 2009. O auditório da COMOIPREL (hoje com o nome de Miguel Urbano Rodrigues) foi o local escolhido. Pouco antes da sessão (aberta ao público) ter início, vejo entrar um pequeno grupo de senhoras (de porte distinto, como é costume dizer-se), vestidas em estilo de soirée. Eu conhecia-as bem e sabia dos seus hábitos e gostos culturais.

- O que é estarão aqui fazendo?, mumurou a técnica responsável pelas feiras, visivelmente intrigada.
Ri baixinho, assim um bocadinho à Muttley, e arrisquei:
- Acho que pensam que vai haver um concerto de piano...
- Ai que barraca..., tornou a colega, manifestamente preocupada.

Houve concerto, no sentido de acordo, e houve piano, de planeamento. Música é que não.

As senhoras eram pessoas com nível e com estofo. Aguentaram com galhardia uma sessão razoavelmente aborrecida sobre densas questões técnicas. Cumprimentaram polidamente no final e sairam. O CONCERTO AL PIANO desapareceu há muito da minha vida.

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