domingo, 5 de novembro de 2017

TURISTAS

Tenho-me cruzado por estes dias com um razoável número de turistas, aqui pelas ruas de Mértola. Em especial na Vila Velha.

Há pouco, jantando no Tamuje com o meu velho e querido amigo Youssef Khiara, tive de servir de intérprete a duas francesas. Uma queria saber o que eram salmonetes. Eu disse que achava que era "rouget". Não sabiam o que era. O amigo Ruas trouxe os peixes à mesa. Não ficaram lá muito convencidas, mas mandaram grelhar. Não falavam UMA só palavra de português. E que o esforço de se fazerem entender as deixava "fatigués". Nessas alturas só me lembro da cena da cozinha do restaurante e das recordações para turistas em Amici miei - atto II, mas não é coisa que se conte aqui...

No outro dia, dois franceses na casa dos 60 e de bicicleta, ar sportif, troçavam do comércio da vila e, em especial, do mercado municipal. Não tinham razão no que diziam, mas o pior era a sobranceria. Eis os turistas, na visão de João Abel Manta, em 1972. Mudou muita coisa? Muitíssima. Só não mudaram os complexos de superioridade de alguns turistas.



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