quinta-feira, 19 de outubro de 2017

AZUL ANGRENSE

Vários azuis encheram o dia. O azul do fundo do mar azul, o azul do céu azul, o azul do esplendor da Misericórdia. Em São Mateus, o mar estava azul, mas menos, ao passo que o céu se aproximava dos tons do cobalto.

Um dia entre mar e céu, à procura de respostas. Ou melhor, tentando escolher a resposta certa...





O Meu Olhar Azul como o Céu

O meu olhar azul como o céu 
É calmo como a água ao sol. 
É assim, azul e calmo, 
Porque não interroga nem se espanta ... 
Se eu interrogasse e me espantasse 
Não nasciam flores novas nos prados 
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo... 
(Mesmo se nascessem flores novas no prado 
E se o sol mudasse para mais belo, 
Eu sentiria menos flores no prado 
E achava mais feio o sol ... 
Porque tudo é como é e assim é que é, 
E eu aceito, e nem agradeço, 
Para não parecer que penso nisso...) 

Alberto Caeiro - "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII" 

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