quarta-feira, 31 de maio de 2017

UM BASQUIAT MOURENSE

A espontaneidade e rapidez daquele desenho de um amigo chamaram-me a atenção. A ingenuidade das representações são próprias da idade. As figuras de ambos remetem para um universo onírico. Eis um Basquiat da minha terra, encontrado ao acaso durante a Câmara Aberta.


terça-feira, 30 de maio de 2017

CÂMARA ABERTA Nº 10 - DIA 1

Início: 8:53
Fim: 20:14
(11 h. 21 min.)

Arranca a última Câmara Aberta deste mandato. Momento de balanço e de lançamento de perspetivas de futuro. Em quatro dias, não se abrange tudo o que foi feito, muito longe disso. No entanto, passaremos por sítios onde foram feitas obras importantes e que marcaram estes quase quatro anos. E iremos aos locais onde se preparam novos investimentos. Não pararemos.

Campo de jogos - EBI Amareleja

Parque de Vale de Juncos

Pavilhão das Cancelinhas

Local das futuras instalações de apoio a refeições no
Campo das Cancelinhas - 40.000 € de investimento

Torre do Relógio - 530.000 € de investimento

Reunião com a J.F. de Amareleja

Caminho da Freixeira

Local do futuro picadeiro municipal - 350.000 € de investimento

Visita ao Centro Náutico da Estrela

Obras em habitações - projeto ÁGORA SOCIAL

Visita à igreja da Estrela - as obras na cobertura orçam em 60.000 €

Reunião com a Associação de Moradores da Estrela

Reunião com o Grupo Desportivo Povoense

Reunião com o Grupo Desportivo Amarelejense

MOURA E TARRAFAL - FORMAL E INFORMAL

Dias especialmente fraternos, os que passámos com o Dr. José Pedro Nunes Soares, Presidente da Câmara Municipal do Tarrafal. Houve momentos mais formais, outros bem menos. Tentei que este colega e amigo sentisse o que é a nossa terra, em toda a sua dimensão.

A agenda foi intensa e ocupou os dias 26 e 27, de manhã à noite. Realces? O encontro com a vereação, a interessantíssima visita aos Bombeiros e o descerramento da placa toponímica, dando o nome de RUA CIDADE DO TARRAFAL a uma das vias da zona industrial.

Noutro registo, andámos de festa em festa (perguntava o meu colega "isto é sempre assim, em Moura?", surpreendendo-se com a afirmativa). No almoço do moto-clube, em ambiente animadíssimo, fomos trajados a rigor.




quinta-feira, 25 de maio de 2017

PLAZA ALTA

A minha primeira ida à Plaza Alta, em Badajoz, aconteceu em 1984. Muito provavelmente no mês de setembro. Acabara, feliciter et honorifice, a disciplina de Arqueologia Medieval. Começava a interessar-me, cada vez mais, pelo passado islâmico. No regresso de Madrid foi sem esforço que convenci o João a parar em Badajoz. Para ver a torre de Espantaperros, que só conhecia nos compêndios. Como tantas vezes me aconteceu na vida, o motivo principal passou a secundário e aquilo que não conhecia e me surpreendeu tornou-se uma imagem impressiva do sítio. Passei ao lado da célebre torre octogonal, cruzei um arco e entrei num sítio absolutamente espantoso: a Plaza Alta. As arcarias pós-renascentistas evocavam ao de longe a cidade de Évora. As paredes eram brancas e o conjunto tinham um ar de equilíbrio e sobriedade. O ambiente humano era vibrante: população cigana, barulhenta e que estacou ante os inabituais "turistas". Havia carros de burros e animais por toda a parte. Recordei as vilas marroquinas por onde passara em 1981. Fiz dois ou três slides (kodachromes de grande luminosidade que caí na asneira de emprestar) e segui caminho. A Plaza Alta era sítio mal afamado e de população marginal. Mas de singular beleza. Uma praça com alma e gente.

Regressei há tempos. Constatei, com desgosto, que tinha havido uma "reabilitação". A brancura dera lugar a uma fachada italianocoiso ou venezianocoiso ou algo assim... Não sei definir aqueles tons palatinos e o marchetado de cores, mas o aspeto geral é uma desgraça. A população de outrora desapareceu e recolheu a casa. A praça já não é deles, é nossa, dos turistas. A gentrificação pode ocorrer no sítio onde se vive, creio eu.


Fiz mais meia dúzia de imagens (FP 4 e HP 5, que é coisa de homens de meia-idade) de sombras e das arcarias que ainda resistem e saí.


Antes

Depois


“La plaza tiene una torre,
la torre tiene un balcón,
el balcón tiene una dama,
la dama una blanca flor.
Ha pasado un caballero
-¡quién sabe por qué pasó!-
y se ha llevado la plaza,
con su torre y su balcón,
con su balcón y su dama,
su dama y su blanca flor”.

Antonio Machado, pois claro. Não encontrei melhor poema sobre uma praça.

AUTÁRQUICAS/2017 - CÉU RATO É A CANDIDATA DA CDU À ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE MOURA

Maria do Céu Rato é a cabeça de lista da CDU à Assembleia Municipal de Moura nas eleições autárquicas de 1 de Outubro.
Natural de Moura, de 57 anos, a candidata à presidência da Assembleia Municipal de Moura é professora. 
Desempenha, atualmente, o cargo de vereadora na Câmara Municipal de Moura. No mandato 2009-2013 foi eleita pela CDU na Assembleia Municipal. 
Professora do 1.º ciclo, Maria do Céu Rato tem o Curso do Magistério Primário e um Complemento de Formação Científico Pedagógico, grau licenciado (domínio das expressões). É licenciada em Investigação Social Aplicada.
Ao longo das últimas décadas, Maria do Céu Rato desempenhou diferentes funções ligadas ao Ensino e ao movimento associativo popular do concelho de Moura:
– Coordenadora concelhia de Moura da Direção Geral de Educação de Adultos. 
– Animadora cultural na Câmara de Municipal Moura (1989/90).
– Orientadora pedagógica na APPACDM (1992/93). 
– Membro efetivo da Comissão Paritária das Escolas do 1.º ciclo do ensino básico e jardim-de-infância (1993).
– Membro da comissão coordenadora do projecto “Uma escola, uma empresa” no concelho de Moura (1991/92).
– Diretora substituta do Centro de Formação de Serpa, Moura e Barrancos (1995/98).
– Membro fundador do Grupo de Teatro Lagarto Pintado.
– Representante da Educação para a formação da CPCJ de Moura.
– Presidente da Assembleia Geral da Comoiprel.
– Presidente da Assembleia Geral da Moura Salúquia – Associação de Mulheres do Concelho de Moura.
– Membro da Direção Distrital do Sindicato dos Professores da Zona Sul.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

A MINHA AULA PREFERIDA

É a minha aula preferida? É, de longe. Tal como gostei imenso do "Um dia na presidência", gosto de vir à Escola do Sete-e-Meio, em maio. Uma ideia que partiu do Prof. António Monge "pode vir falar aos miúdos de questões de património?". Claro! É assim há três ou quatro anos. Uma aula simples e virada aquele escalão etário. Absolutamente extenuante, para mim. Não tenho prática de lidar com miúdos, um público difícil e muito exigente. São divertidos e alegres, usando muitas vezes a cumplicidade do "o meu pai conhece-o", "a minha mãe é fulana de tal". Não sei o que retêm da aula, mas aquela hora é, para mim, da maior importância.

Começa-se por uma apresentação mais formal, passa-se para os "high-five", escrevem-se palavras em árabe (sempre sossegam mais, com a curiosidade). Um menino veio, orgulhoso, mostrar os seus bichos-da-seda.


Uma inovação, este ano: houve sessão de autógrafos!

E o Filipe Valente desenhou-me. Com óculos, gravata e tudo.






terça-feira, 23 de maio de 2017

ROGER MOORE (1927-2017)

Recordarei sempre Roger Moore não tanto pelo 007, mas sim porque lá em casa nunca me deixaram ver O santo. Hábitos espartanos remetiam-me para o leito às 22h em ponto, sem possibilidade de negociação. Em todo o caso, recordarei sempre com prazer um ator que sem ser grande ator tinha aquele flair muito particular de fazer parecer que sim.

Como estou em dia de recordações, aqui fica a sequência inicial de A view to a kill, com música dos Duran Duran (e sim, outro pecado, eu gostava dos Duran Duran...), o último 007 de Moore. Pois, fez bem... Basta ver a cena de cama com Grace Jones, então com 37 anos...

Gosto muito dos filmes da série 007. Aqui fica esta abertura, em homenagem a Moore e aos Duran Duran. E a Grace Jones.

ET LE FESTIVAL FUT

Já lá vai e só volta em 2019. Foi rápido demais, este ano. Sexta foi Moura, no sábado quase não estive e domingo foi o que foi... Nunca o festival me foi tão gráfico nas cores e nos sons. E tão súbito, como se algo me tivesse faltado ou falhado.

Nas deambulações quase solitárias pela vila velha, noite dentro, fui encontrando os sons dos Cantadores de Vila Nova, de Kel Assouf (que resultou bem, sem fazer esquecer Bombino, em maio de 2013) e a originalidade do projeto OMIRI.

O céu ganhou cor, com a instalação de Helena Passos. A vila ganhou uma porta merinida.

Et le festival fut, recordando Otar Iosseliani e sua luz que, biblicamente, também foi.















segunda-feira, 22 de maio de 2017

SANTIAGO MATA-MOUROS

De início, pensei que fosse brincadeira. Usar uma pintura do Museu de Mértola, Santiago mata-mouros, como ponto de partida para uma visita não me parecia a hipótese mais lógica. O meu interlocutor deu uma gargalhada e disse para não me preocupar com esse detalhe. Que haveria coisas a dizer sobre os muçulmanos em Portugal e, também, sobre a valorização recente desse período histórico. Ok, assim será. É no próximo domingo, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.

Começo assim "a regressar". Aos poucos.



Os dois Santiagos do Museu de Mértola,ambos do século XVI:


domingo, 21 de maio de 2017

E VEIO O VENTO

E veio o vento e a atmosfera encheu-se de poeira. Tudo se tornou caótico. O Festival Islâmico terminou cedo de mais e foi pena. Razões de segurança prevaleceram. Mandou o vento. Manda o céu sobre nós.

Jan Porcellis (1580/84–1632) toda a vida pintou o vento do mar do norte. Como nesta tela, Barcos em vento forte. De outro vento mais íntimo nos fala Antonio Machado. Um vento triste, com flores mortas. O dia esteve assim.



El Viento, Un Día Brillante

El viento, un día brillante, llamado
a mi alma con un olor del jazmín.

"en la vuelta para el olor de mi jazmín,
quisiera todo el olor de sus rosas."

"no tengo ninguna rosa;
todas las flores en mi jardín son muertas."

"bien entonces, tomaré los pétalos marchitados
 y las hojas amarillas y las aguas de la fuente."

el viento dejado. Y lloré. Y dije a me:
"qué le tienen hecho con el jardín que fue confiado a usted?"

sexta-feira, 19 de maio de 2017

E COMEÇA O FESTIVAL

Começou ontem, de facto. A luz do final da tarde depressa se foi. Depois entrou a luz do souk. E assim ficámos entre cor e sombra e luz. Há uns bons meses que não andava tanto tempo e tão devagar pelas ruas de Mértola. Foi como voltar a percorrer os corredores daquelas casas de família, onde há muito não entramos e onde, no meio da estranheza, vamos encontrando objetos e coisas que conhecemos.

Mesmo sem barcos, as palavras de Luís Filipe Maçarico não são estranhas a este ambiente.

LUA CHEIA EM DJERBA
O barco de vela latina
Desliza na pel do mar
A noite vira do avesso
A maré de rumores e
A lua é um tambor
De luz embalando
O sono das palmeiras