segunda-feira, 19 de outubro de 2015

TECNICAMENTE FALANDO, SEREI EU UM EMIGRANTE? OU, MESMO, UM REFUGIADO?

Encontrei, há dias, esta referência num site. Procurava dados sobre o apelido Macias (raro em Portugal, mas banal em Espanha). Dei com esta informação, que me diz diretamente respeito. Havia/há dados familiares sobre origens sevilhanas. Que não contradizem uma origem norte-africana. Sefarditas? É possível. O e o eram noções fluidas, até épocas recentes.

Quando tinha uma vida mais calma, passei horas a consultar a obra do grande Shelomo Dov Goitein (1900-1985). Um dos seus livros, Letters of Medieval Jewish Traders, publicado em 1973, explica claramente a riqueza desse mundo sem fronteiras.

Olhos cinzentos, cabelos claros e nariz generoso. Judeus, alentejanos, marroquinos, andaluzes ou ciganos? Não sei. Um espírito familiar algo irrequieto, seguramente. À mistura com o gosto pela mudança de poiso geográfico. Judeus errantes ou ciganos nómadas, pouco me importa a origem. Mais interessante é o presente e a luta pelo futuro. Com uma certeza, transmitida pelo meu velho amigo Miguel Urbano Rodrigues: a nossa Pátria é o planeta Terra.

1 comentário:

Filipe Sousa disse...

Caro Santiago,
A título de curiosidade, fica a nota de que, no âmbito de um levantamento realizado há alguns anos sobre os moinhos do Guadiana, registei na ficha de inventário relativa ao Moinho da Barca 2 (em Moura, portanto) a seguinte informação: «(...) Na parede do lado direito da entrada pode ler-se a data de "1877". (...). Na sala ao lado, encontra-se um poiso argamassado com mó dormente de calcário. Por cima do vão, em forma de seteira, são visíveis as seguintes inscrições: "Antonio Manoel Patarata", em cursivo, e "J.M.P. 1888". Na parede voltada para a margem direita, encontra-se estoutra: "Jgmaçias 1878", em cursivo. (...)».
Provavelmente um teu antepassado, moleiro ou proprietário do moinho, que passou por Moura há cerca de cem anos.
Filipe Sousa