terça-feira, 6 de outubro de 2015

ENTRE A MANHÃ E A MADRUGADA

Hoje de Manhã

Hoje de manhã saí muito cedo, 
Por ter acordado ainda mais cedo 
E não ter nada que quisesse fazer... 

Não sabia por caminho tomar 
Mas o vento soprava forte, varria para um lado, 
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas. 

Assim tem sido sempre a minha vida, e 
assim quero que possa ser sempre — 
Vou onde o vento me leva e não me 
Sinto pensar. 


Dois nomes do meu panteão privado: Alberto Caeiro (aqui num dos poemas inconjuntos) e José Manuel Rodrigues. O poema veio a calhar num dia de cinza e, ainda assim agradável. A porta aberta do gabinete - ter um jardim com dois hectares é um privilégio raro - amenizou a temperatura e o vento que entrava pela sala também ajudou.

Entre a manhã de ontem e a madrugada de hoje o dia passou-se entre reflexão, pouca escrita, bastante planeamento, a preparação de trabalho para as próximas semanas e alguma diversão (pesquisa de materiais para o Na Idade Média é que era bom). No meio andaram a poesia e a fotografia. O José trabalha sobre a Amareleja. Tenho a funda convicção que sairá da recolha que anda a fazer uma grande obra da Fotografia Portuguesa.

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