segunda-feira, 31 de março de 2014

DE JACQUES DUCLOS A JACQUES BOMPARD - NOTA BREVE SOBRE UMA EVOLUÇÃO PERTURBADORA

Por puro interesse pela política gaulesa segui, durante a noite de ontem, nas edições on-line do Le Figaro, do Le Monde, do Parisien e do Libération os resultados das eleições municipais de ontem. Os resultados à esquerda foram um desastre. Mas o facto que me causou maior perturbação foi a evolução que a França teve, do ponto de vista de orientação do voto no último meio século. Melhor dizendo, ou perguntando, onde é o que o Front National, ou os seus aliados, têm as suas melhores votações?

Beaucaire (Gard)
Cogolin (Var)
Fréjus (Var)
Hayange (Moselle)
Hénin-Beaumont (Pas de Calais)
Le Luc (Var)
Le Pontet (Vaucluse)
Mantes-la-Ville (Yvelines)
Marseille 7e secteur (Bouches du Rhône)
Villers-Cotterets (Aisne)
Béziers (Hérault)
Camaret-sur-Aigues (Vaucluse)
Orange (Vaucluse)

Destes 13 municípios, 9 situam-se no sul, bem perto do Mediterrâneo. O mais interessante é a constatação de como se votava, em tempos, nestes departamentos. Na eleição presidencial de 1969, Jacques Duclos deu ali cartas, conquistando votações entre os 25 e os 30%. Mesmo em 1981, Georges Marchais ainda atingia scores assinaláveis: 18% (Var), 19% (Vaucluse) 26% (Bouches du Rhône, sendo aí o candidato mais votado na primeira volta), 21% (Hérault), 25% (Gard) e 22% (Aisne). O PCF é, hoje, uma triste insignificância. Pior do que isso, o eleitorado passou da esquerda para a extrema-direita. Veja-se o caso de Hénin-Beaumont. Não porque os extremos se toquem, como já ouvi... Mas porque a falta de soluções leva direitinho aos cantos de sereia. Daí ao voto defensivo, anti-imigração, anti-qualquercoisa, vai um passinho de pulga. O voto no Front National é, recorde-se, um voto popular e operário. Tal como o foi o voto que levou Hitler ao poder.

Em Portugal temos Paulo Portas, que faz o pleno nessa área. Ainda temos de lhe "agradecer"...

AGORA A ÁGORA: LOJA SOCIAL

O edifício é este e sobre ele está o sol. Oxalá assim continue. Parte substancial do rés-do-chão acaba de ser cedida à Fundação S. Barnabé, em ato que teve lugar na passada sexta-feira. Vai ali ser instalada uma loja social, que dará resposta a necessidades concretas. O resto do imóvel será também destinado à área social, através de um conjunto de infra-estruturas de apoio, que incluem um Banco do Tempo, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e uma gabinete de apoio à área da habitação. Ao espaço foi dado o nome de ÁGORA SOCIAL.

Os desafios são sérios. Tão sérios como o empenho da autarquia em atacar os problemas.

Ver: http://www.fsb.pt


sexta-feira, 28 de março de 2014

UM POST GAULÊS

"A minha escolinha", assim a classifica a minha irmã, que por lá andou a partir de 1977. O Liceu Nacional de Queluz (nomenclatura da época) tinha três anos de vida quando o comecei a frequentar. Ali "vivi" entre novembro de 1975 e junho de 1980.

Não tenho excecionais recordações do sítio. Tenho muito gratas memórias dos muito bons professores que tive e da sua tremenda generosidade e paciência. Conservo, desses dias, alguns dos melhores amigos. Um em particular, que tenho encontrado agora com mais frequência.

Um detalhe deste pequeno registo: recordo-me perfeitamente do Saab branco que se vê nas imagens e que pertencia a um dos profs. lá da casa.


Este clip da RTP-Memória é a minha "escolha cinéfila" da semana. E porque todos nós temos direito ao sentimentalismo. Porquê post gaulês? Isso é coisa que todos os ex do LNQ saberão responder...

quinta-feira, 27 de março de 2014

UMA GUERRA, ANTES DA CNN, DO GPS E DE JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS

Pieter Snayers (1592 – 1666 ou 1667) dedicou parte da sua obra às representações de batalhas, encomendadas pela corte espanhola. Se deixarmos de lado o caráter propagandístico de que se revestem, vemos nelas verdadeiras reportagens de guerra. O rigor das representações de Snayers é notável e permitem uma leitura perfeita do cerco a uma cidade. Não conhecia a sua obra - mea culpa - e fiquei absolutamente fascinado com este Cerco de Aire-sur-la-Lys (1653), que pode ser visto no Museu Nacional de Arte Antiga por mais uns dias. O manto branco que cobre o terreno acentua a visão esquemática dos arredores da cidade. Parece um photoshop antes de o ser, com os elementos desnecessários a serem objeto de limpeza...

quarta-feira, 26 de março de 2014

ASSEMBLEIA DISTRITAL DE BEJA E MUSEU REGIONAL DE BEJA - QUE FUTURO?

Teve ontem lugar, em pleno Museu Regional, uma sessão da Assembleia Distrital de Beja.

Há dois temas sobre a mesa:

* O património imobiliário
* O pessoal e o Museu Regional

Quanto ao primeiro, a decisão que se tomou (21 votos a favor, 8 abstenções e 2 votos contra) foi a de doar o património imobiliário à CIMBAL (Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo).

A resolução do segundo assunto depende do texto da lei que vier a ser aprovada no próximo dia 2 de abril. Nesse mesmo dia, será por mim convocada uma sessão extraordinária da Assembleia Distrital, tendo em vista a apresentação de uma proposta que permita resolver a situação laboral dos trabalhadores da ADB. Em diversas ocasiões tenho defendido que a solução mais adequada seria passar o Museu, de forma faseada, para a posse da Câmara Municipal de Beja. Outra alternativa é o Museu ser assumido pela CIMBAL. A menos que haja ainda outra hipótese que, neste momento, não vislumbro...

As próximas semanas prometem ser animadas.


terça-feira, 25 de março de 2014

LIVROS, MAIS LIVROS

Amanhã há mais livros! Começa a Feira do Livro de Moura. É a 34ª edição. Um projeto feito à custa de muito esforço e da dedicação de muita gente. O evento arrancou em 1981. Era vereador da cultura um tal José Maria Pós-de-Mina. A feira era na praça, numas bancas de madeira, que tinham de ser recolhidas todos os dias.

Até dia 6 de abril haverá romaria até ao Parque Municipal de Feiras e Exposições. O nosso TU (transporte urbano) dá uma ajuda e facilita a comunicação. Ainda tentei que o TU fosse batizado nestes dias como LIVROBUS mas ninguém fez caso de mim...


segunda-feira, 24 de março de 2014

O ALFAIATE DE PAÇO DE ARCOS

Ele era Stivali e mais Gucci e ainda Hermès. E depois Breguet e Dior e tudo assim. 2000, 3000, 4000, 6000 euros. Onde? No Expresso de sábado. São os conselhos de moda para os próximos tempos. Claro que sim. A preços tão módicos...

Nas próximas dez semanas não comprarei o Expresso. Sempre pouco uns 30 euros. Quase que dá para uma gravata daquelas Mr. Blue...

...DO LADO DE CIMA DO EQUADOR - VII: E TUDO ERA POSSÍVEL

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer.


Na costa sul da ilha de São Tomé, algures entre o calor e a melancolia. Poema, bem conhecido, de Ruy Belo.

domingo, 23 de março de 2014

A COR DO SOM E A COR DOS BRINQUEDOS

Não passei exatamente o sábado em Copacabana, como na música de Carlos Guinle e Dorival Caymmi (ouvir aqui, na voz inolvidável de Sylvia Telles)...

Mas não faltaram nem o sol nem a música nem a cor. Num longo dia, houve lugar ao emotivo aniversário do Grupo Coral da Casa do Povo de Santo Aleixo da Restauração (80 anos, celebrados numa festa em que marcaram presença mais 12 grupos, quase todos do concelho de Moura); depois à abertura da exposição de brinquedos antigos na igreja do Espírito Santo. De forma adequada, encheu-se a sala com memórias de outros tempos. E os visitantes ainda tiveram direito a pirolitos e a pipocas. Um merecido sucesso para o Museu Municipal.

À noite, ainda houve teatro, mas a essa hora já eu estava mais a sul.

Hoje, teve lugar uma sessão cultural, organizada pelo Museu Municipal e que teve a colaboração de Joaquim da Cunha, no Jardim das Oliveiras. Poemas e tisanas, a meio da tarde. Já tive notícias do sucesso.

Uf, ainda bem que em Moura não se passa nada... Que faria se passasse.

 Fotografia de família, com todos os grupos - Santo Aleixo (22.3 - 11:00)

Abertura da exposição - Moura (22.3 - 15:15)

... E ADOLFO SUÁREZ

Há gestos que definem caráter e que deixam marcas. Uma das imagens mais inapagáveis da minha juventude foi a do 23-F, o putsch fascista que tentou subverter a marcha da Espanha na democracia, em 1981. Naquela balbúrdia de gritos e tiros, Tejero Molina grita "quieto todo el mundo". Gutiérrez Mellado, Ministro da Defesa, reagiu e foi maltratado. Permanceram indiferentes à gritaria e às ameaças o histórico líder do PCE Santiago Carrillo e Adolfo Suárez.

Faleceu hoje, aos 81 anos.


Adolfo Suárez, à esquerda, tenta socorrer Gutiérrez Mellado.

sábado, 22 de março de 2014

TEREZA DA PRAIA

Agora que começa a primavera...

É hora de recordar esta canção, que agora cumpre 60 anos. Dick Farney (1921-1987) e Lúcio Alves (1927-1993) imortalizaram Tereza da Praia. Tom Jobim (1927-1994) e Billy Blanco (1924-2011) foram os inspirados autores deste duelo mágico em torno de uma mulher. Diga-se, já agora, que Tereza era uma ficção.

sexta-feira, 21 de março de 2014

JÁ PASSARAM 20 ANOS?

Olhei distraidamente para a revista que acabava de chegar. Só depois reparei que anunciava o 20º aniversário da História de Portugal, dirigida por José Mattoso. 20 anos, pestanejei? Duas décadas?

Claro que sim, foi há 20 anos. A minha colaboração foi curta - uma resenha de factos políticos do período islâmico - mas importante, do ponto de vista pessoal. Foi, nesse ano de 1991 (o texto foi redigido então, embora o livro só tenha saído em inícios de 1994), o começo de um percurso que durou uma década e que só foi encerrado com a inauguração do Museu Islâmico, em dezembro de 2001.

Anos intensos e inesquecíveis, que, impercetivelmente, começaram a traçar o percurso seguinte (o atual).

BIBLIOTECAS A SUL: ALENTEJO E SÃO TOMÉ

A Câmara Municipal de Moura estabeleceu contactos com o Município de Lembá, em São Tomé e Príncipe, num processo que se tem vindo a estreitar. Durante uma recente visita aquela Câmara Distrital, surgiu a possibilidade de se dar uma vertente prática a um futuro acordo entre os dois municípios. Pensa-se, em concreto, no estabelecimento de um acordo de parceria no domínio das bibliotecas, que possa resultar no desenvolvimento de programas de dinamização da leitura. O programa de trabalho não está definido, mas terá de envolver a Embaixada de Portugal, a DGLAB e outras entidades públicas portuguesas e santomenses. A Câmara de Moura vai, em breve, avançar com um plano de requalificação de um edifício na cidade de Neves, tendo em vista o cumprimento da intenção acima enunciada.

Independentemente da celebração de acordos de geminação, este tipo de cooperação poderá revestir-se de particular interesse cultural, fomentando o intercâmbio e a formação de técnicos. Com todas as dificuldades e limitações, podemos, e devemos ter um papel importante nesse domínio. A Câmara Municipal de Moura pediu a colaboração da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo no sentido de alargar esta parceria, que poderá vir a ser estendida aos outros seis municípios de São Tomé (Água Grande, Lobata, Caué, Mé-Zochi, Cantagalo e Pagué).

Bibliotecas mais a sul.


OK, já sei que é um estereótipo e que o vou pagar caro... As bibliotecárias não são assim.

quinta-feira, 20 de março de 2014

FLAGRANTES DA VIDA REAL - VII

Eis O Narciso da Damaia. Podia ser o nome de um restaurante, como David da Buraca, mas não é. É um verdadeiro narciso, aquele que vira para fora o tapete onde se lê bem-vindo. Ou seja, ele considera um ato digno de acolhimento o simples facto de sair de casa. Pas mal...

quarta-feira, 19 de março de 2014

CÂMARA ABERTA - EDUCAÇÃO: OMEGA

20 momentos diferentes em quatro dias intensos. Comentários, visitas, críticas, incentivos, perguntas, debates, solicitações, de tudo isto se fez a Câmara Aberta sobre a EDUCAÇÃO. As iniciativas centraram-se em Moura e em Amareleja.

Haverá intervenções em escolas, serão retomados projetos e dar-se-á início à nova Carta Educativa, que será apresentada em janeiro ou em março de 2015. Um desafio importante para os técnicos da autarquia, a quem se deve grande parte do sucesso da iniciativa.


Visita da vereação à Escola da Porta Nova. O melhor momento ocorreu, contudo, depois da visita a um jardim infantil. Vim a saber depois que um dos miúdos contou à avó que O REI DE PORTUGAL tinha estado na sala. Mainada!

terça-feira, 18 de março de 2014

...DO LADO DE CIMA DO EQUADOR - VI: O CHAPÉU DE CARMEN MIRANDA

jaca e manga e fruta-pão e safu e matabala e coco e sape-sape e papaia e carambola e maqueque e cajamanga e untué e banana...

A dada altura imaginei-me dentro do chapéu de Carmen Miranda, deixando-me levar pelo calor e pela modorra do calor do meio-dia.

As ondas do mar quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim

Abandonando-me. Assim, como no poema de Sophia.

segunda-feira, 17 de março de 2014

COMO ESCAPAR A UMA MULTA

Juro que não é obsessão. Mas esta histórias das multas, das prescrições e tal, fez-me lembrar o início de um filme dos anos 70, Convoy, um verdadeiro western sobre rodas. Em Portugal chamou-se, se a memória não me falha, O combóio dos duros. Realizador? Sam Penckinpah (1925-1984), o que equivale a dizer "porrada a rodos", "falta de nível", "sexismo", "piadas de mau gosto" etc. Ainda assim, Peckinpah era, com frequência mais interessante do que à primeira vista parecia. Daí que seja a minha escolha cinéfila da semana.

O que é que este filme de generosa pancadaria tem a ver com multas? Veja-se a primeira cena:



Convoy foi, em grande parte, rodado em Las Vegas, no Novo México.

POURQUOI ME RÉVEILLER...

Werther ama Charlotte, que casou com Albert. Sophie está apaixonada por Werther e Charlotte, apesar de tudo, ama Werther. Um triângulo amoroso, que é quase um quadrado. Escrito assim parece o tide, mas Werther, de Massenet, é tudo menos folhetinesco. É um drama de grande carga emocional, que resulta melhor quando há chispa entre os cantores. Fui assistir à representação na companhia de uma jovem amiga, que ficou manifestamente impressionada com o 3º ato e, em especial, com este pourquoi me réveiller. Excerto de mais uma transmissão em alta definição, a partir do MET.

domingo, 16 de março de 2014

LAS VEGAS, NOVO MÉXICO

Las Vegas, Novo México? Sim, um pouco como Paris, Texas. Ou como Cairo, Illinois. Quando se fala em Las Vegas pensa-se na cidade da batota e não numa vilória no meio de nenhures, entre uma aridez quase andaluza e as lendas do velho oeste. Há uma jovem amiga que vai passar os próximos dois anos perto de Las Vegas. No Novo México, claro. Um sonho preparado há muito, com tenacidade e entusiasmo.

É agora. Esta é a sua curva da estrada. Ao longe, na colina, fica a porta do futuro. Boa sorte, rapariga!

VIAJANDO PARA NORTE E PARA ESTE


Viajando, mas só dentro de Lisboa. Primeiro, a exposição no Museu de Arte Antiga, depois a visita à Bolsa de Turismo de Lisboa. As paisagens nórdicas estão-me longe, fisica e sentimentalmente. Mas não posso deixar de aderir a esta incursão do Museo Nacional del Prado por terras lusitanas. Escolhas criteriosas e um percurso temático de grande rigor fazem desta exposição mais um marco na vida recente do MNAA. Há multidões a visitar o museu. Há interesse e dinâmica. É importante olhar para os museus também nesta perspetiva. Isso é, de há muito, bem sabido. Menos, claro, para quem acha que tudo sabe e que decide fazer da reabilitação urbana e do património tema para campanhas e dichotes analfabetos. Um dia faremos o balanço de tudo isto e se verá quem tem razão...

A ida à BTL foi uma confirmação: a da enorme qualidade do grupo coral da Sociedade Recreativa Amarelejense, que fez um notável e apreciado percurso pelo pavilhão 1. Para minha imensa vergonha, os autarcas presentes foram convidados a cantar, em conjunto com os grupos que tinham acabado de atuar, o Grândola, vila morena. É certo que, ao lado de Miguel Relvas, sou um verdadeiro Alfredo Kraus (e até sei a letra de cor e salteado), mas que aquilo foi muuuuiiittooo embaraçoso, lá isso foi.


Em cima, o porto de Amesterdão no inverno, pintado por Hendrick Jacobsz (1621-1707) por volta de 1660. Em baixo, o grupo da Amareleja durante a sua atuação final.

Veja-se: http://www.pradoemlisboa.pt/ (até dia 30 deste mês)

sexta-feira, 14 de março de 2014

AINDA A PROPÓSITO DE MONUMENTOS FASCISTAS E AINDA O ESTADO NOVO...

Referi há tempos um monumento mussolininao, existe em Bolama, na Guiné-Bissau (v. aqui). Há mais monumentos fascistas, bem entendido. Nenhum tem aquela grandiosidade. Ainda assim, hoje de manhã, no caminho para a Câmara, ocorreu-me fotografar este cruzeiro, datado de 1940. No qual se presta homenagem à Concordata. E se celebram os nomes de Pio XII, de Carmona e de Salazar.

Particularidades da minha terra.

PALÁCIOS LISBOETAS

Um dos muitos aspetos fascinantes em Lisboa é o caráter quase "secreto" do interior de muitos dos seus grandes edifícios. Fui ontem surpreendido pelo espavento arquitetónico do interior do Ministério da Economia. Foi o próprio Secretário de Estado Pedro Gonçalves quem me deu algumas informações, depois de eu não ter resistido a querer sabe um pouco mais...

O palácio - a imagem é dos pouco discretos azulejos de uma antiga capela - pertenceu a Domingos Mendes Dias (1755-1804), o célebre "manteigueiro", falecido tragicamente na sequência de um assalto...

Não é sítio que se possa visitar com facilidade. O que é pena.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A MULTA QUE NÃO PRESCREVEU


É bem conhecida aquela história do mourense a quem o taxista perguntou “a sua casa é aqui para a esquerda, não é?”. “Para a esquerda nunca! Vire à direita!”. E assim se deram voltas e mais voltas até chegar a casa, virando sempre à direita.
A vida é feita de recordações e de factos que lembram outros factos.
Foi assim: vou eu e faço pisca à direita e saio da rotunda e vai uma patrulha da PSP atrás de mim e alto e pára o balho! “O senhor não desfez o pisca, os seus documentos etc e tal”. Pois é, não tinha desfeito o pisca, eu a andar em frente e o sacana do pisca a piscar. E logo à direita. E à frente da polícia, assim como se fosse uma provocação, não era obviamente, mas nestas coisas nunca se sabe o que pensam os outros. Reconheci que sim, que o sacana do pisca dizia que era para a direita. E que o automático não funcionou e que o pisca faz assim um barulhinho maricas (depois disto o Rafael nunca mais me empresta o carro), que eu nem ouvi, mas o guarda (acho que era guarda, mas nisto das hierarquias sou uma nódoa) tinha razão. A gente pede desculpa. Chega? Não chega, ah, ah, boa piada, ó pra ele tão humilde a pedir desculpa. O que vem a seguir? Pedagogia? Uma chamada de atenção? Uma carolada? O quê? Vou ser multado por isto? “O sr. vai ser autuado, por infracção ao artigo etc. etc.”. Aí desligo e deixo de ouvir enquanto puxo a carteira à procura dos 60 euros. Ias em segunda e a trinta? Não fosses. Fosses mais depressa, que pagavas o mesmo. Passam-me o papel para assinar. Aí fico enternecido. O texto começava com uma conjunção coordenativa explicativa. Daquelas que já não se usam: “porquanto o condutor após ter efectuado a manobra da viatura para a direita manteve a sinalização da mesma”. Em tradução livre, o gajo virou e não desfez o pisca. Bom depois daquilo, deu-me vontade de o desfazer, mas ao pontapé. Só que o carro é do Rafael e depois ele zangava-se comigo…
Para a próxima desfaço o pisca, claro que sim sr. guarda. Até porque se na escala de coimas um gajo em segunda e a trinta e por distracção (ias distraído? não fosses) leva 60 euros o que acontecerá numa ultrapassagem a duzentos numa lomba? Pelotão de fuzilamento? Trabalhos forçados na Guiana? Fica-me ainda a vaga esperança que na próxima vez que me distrair, está-me sempre a acontecer este raio das distracções, a tal coisa da coima venha em forma de soneto. E de preferência com uma conjunção coordenativa explicativa.
Moral da história: nunca devemos fazer pisca à direita. Só e sempre para a esquerda.


Os factos ocorreram nos inícios de 2008. A crónica foi publicada no jornal A Planície de 1 de fevereiro desse ano. Saiu depois no blogue em 24 de fevereiro de 2010. Repito-a, com a cópia da prova do crime, que guardo com ternura.
Concluo aquilo que todos nós concluímos: é melhor termos uma multa de 1.000.000 de euros para pagar do que termos uma de 60 euros.

terça-feira, 11 de março de 2014

...DO LADO DE CIMA DO EQUADOR - V: ESTADO NOVO POP


Não é por nada, mas esta teve graça... No lado de fora do Forte de S. Sebastião, em São Tomé, há um trio de navegadores lusitanos. O tom neutro da pedra pareceu coisa pouca a um artista, cujo nome desconheço. Nada melhor do que "vestir" os navegadores de tons garridos, mais de acordo com os hábitos culturais locais. A Pop Art ao assalto do Estado Novo. Ou, se preferirem, o academismo ao jeito Benetton.

CÂMARA ABERTA - EDUCAÇÃO: ALFA


Começa hoje e vai até dia 18.
A Câmara Municipal de Moura retoma a Câmara Aberta, desta vez para “Dar prioridade à Educação”.
Esta segunda iniciativa de descentralização do Poder Local vai decorrer em Moura e Amareleja, envolvendo a comunidade escolar do concelho. O executivo do município vai realizar reuniões com agrupamentos de escolas, associações de estudantes, associações de pais e encarregados de educação. Serão igualmente realizadas visitas a diversos estabelecimentos de ensino. A assinatura de um protocolo com o Instituto Politécnico de Beja e a apresentação do Programa de Revisão da Carta Educativa são ainda outras das iniciativas que irão decorrer nesta segunda Câmara Aberta.


CÂMARA ABERTA
De 11 a 18 de março de 2014

Dar prioridade à Educação

Programa

11 de março, terça-feira
11:15 – Assinatura do Protocolo com o IP Beja (no IPB)
15:00 – Reunião com o Agrupamento de Escolas de Moura
16:00 – Visita à Escola Secundária de Moura
17:00 – Reunião com a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Moura
19:30 – Reunião com as Associações de Pais e Encarregados de Educação (Sala de Sessões da Câmara)

12 de março, quarta-feira
11:00 – Visita ao Centro Infantil N.ª Senhora do Carmo (Moura)
12:00 – Visita à Creche “Amor-Perfeito” (Moura)
15:00 – Visita à Creche “Bem-me-quer” (Amareleja)
17:00 – Reunião de Câmara

17 de março, segunda-feira
09:15 – Visita à Escola do Fojo
10:30 – Visita à Escola do Sete-e-Meio
11:45 – Visita à Escola dos Bombeiros
14:00 – Visita à Escola da Porta Nova
15:00 – Visita à Escola Profissional de Moura
16:00 – Reunião com a Associação de Estudantes da Escola Profissional de Moura
17:00 – Visita à Secção de Moura do Conservatório Regional do Baixo Alentejo

18 de março, terça-feira
15:00 – Visita à EBI de Amareleja
16:00 – Reunião com o Agrupamento de Escolas de Amareleja
17:00 – Visita à Escola das Cancelinhas

19:00 – Apresentação do Programa de Revisão da Carta Educativa (Sala de Sessões da Câmara)

NB: A pintura de Jan Steen tem um tom sardónico, mas todos nós queremos que a escola seja justamente o contrário do que ali se representa...