quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

MOURA A 360º, DE CIMA E DE BAIXO

Um site eventualmente pouco conhecido, feito a partir do trabalho de um fotógrafo mourense: Rui Ferreira.

Há vistas aéreas e outras à flor do chão. São perspetivas inusuais da nossa terra. Tenho a certeza que todos gostarão de ver estas fotografias. Foram feitas no âmbito do projeto da Regeneração Urbana. A iniciativa e o site foram/são da Câmara Municipal de Moura.

Ver - http://www.visitemoura.com e

Site do Rui Ferreira - http://www.rf-fotografia-aerea.com

Com o Castelo de Moura ao centro

Ângulo inverso, com a Salúquia ao centro

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ESTRELA DA NOITE

Foi, provavelmente, a mais extraordinária prenda de Natal deste ano de 2014. Foi-me dada pelos alunos do Jardim de Infância e da Escola Básica de Santo Aleixo da Restauração, no passado dia 1. Prometi usá-la na noite de dia 24. Assim fiz. Quase a acabar o ano recordo agora aquela bonita estrelinha da noite. Com a ajuda de Bernardo Soares. Eles ainda não ouviram falar de Bernardo Soares. Mas hão-de ouvir.


Ó noite onde as estrelas mentem luz, ó noite, única coisa do tamanho do universo, torna-me, corpo e alma, parte do teu corpo, que eu me perca em ser mera treva e me torne noite também, sem sonhos que sejam estrelas em mim, nem sol esperado que ilumine do futuro.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

MOURALUMNI

Este post é um teaser.

Eis o PROJETO MOURALUMNI. Vamos trazer de volta a Moura todos os antigos alunos da Escola Industrial e Comercial e da Escola Secundária que vivem fora e que se destacaram nos respetivos domínios profissionais. Como e quando? Isso será divulgado conjuntamente pela Escola Secundária e pela Câmara Municipal de Moura no início de 2015. A Rádio Planície irá apoiar a iniciativa. E mais não se diz, por agora. Um teaser é isso mesmo.

VAN EYCK E OS LARANJAIS INGLESES

As paisagens meridionais de algumas pinturas de Jan Van Eyck são reflexo da passagem do pintor pela Península Ibérica e do fascínio que a flora mediterrânica nele exerceu. Os olivais, as laranjeiras, ausentes no Brabante, fascinaram o artista.

Detalhe de L'agneau mystique, com vegetação mediterrânica

A que propósito vem isto? Por causa de uma notícia, no Observador, sobre passagens de ano luxuosas. Dava-se o exemplo de Weston Park, no centro de Inglaterra:
Não é apenas uma questão de lugar, mas também de tempo. Regressar ao passado e (re)viver, em primeira mão, uma experiência ao estilo da série Downton Abbey não é para todos. Pela primeira vez, a casa senhorial do século XVII Weston Park, situada em Staffordshire, em Inglaterra, vai estar disponível para reservas — até 30 pessoas — na noite de Passagem de Ano.
É provável que os lugares restritos já estejam ocupados, mas sonhar não custa: brindar com champanhe na biblioteca, dançar no laranjal e saborear, numa sala própria, um banquete composto por cinco pratos são algumas das promessas. O pacote custa 15.000 libras (cerca de 19.000 euros) e inclui ainda um chá à chegada e a estadia num dos 28 quatros da casa. E sim, há direito a pequeno-almoço (tardio) ou brunch, tal como manda a tradição inglesa.

No original:
Guests will soak up the grandeur of the House, toasting champagne in the Library and dancing in the Orangery.  Celebrations will be centered around the historic Dining Room, where a decadent five-course banquet will be served by the Head Chef.

E então? A graça disto é imaginar os frondosos laranjais do Staffordshire... Orangery não é um laranjal mas sim um edifício, uma estrutura de jardim, muito comum nos palácios entre os séculos XVII e XIX. Convenhamos que dançar no laranjal não é má ideia. Os laranjais são sítios ótimos para dançar. So they say...

Ver:
http://observador.pt/2014/12/26/passar-o-ano-com-luxo-e-em-grande-estilo/
e também
http://www.weston-park.com/event/new-years-eve-house-party/

sábado, 27 de dezembro de 2014

PASOLINI: AS MIL E UMA NOITES

Fiz aqui auto-censura. A cena que mais gosto é a da aposta (quem ama mais quem?) entre o rei Harun e a rainha Zeudi. Mas essa (ver aqui) poderia ser considerada como demasiado ousada, mesmo tendo em conta a relativa liberalidade do blogue. O mais divertido é constatar que o rei acorda os amantes usando o bastão que os religiosos usam, na Etiópia, durante as cerimónias...

Fiquemos com a poesia da história, com a poesia das imagens e com a poesia da arquitetura. É de tudo isso que este filme, mais um dos decisivos nos tempos de juventude, nos fala. Foi a penúltima obra rodada por Pasolini, antes do seu assassinato, em 2 de novembro de 1975.

Com este As mil e uma noites ganhou o Grand prix spécial du jury, em Cannes, em 1974.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"CAGANER" ALENTEJANO

Chamaram-me, há dias, a atenção para esta curiosa e interessante figura de um presépio de uma localidade alentejana. Esta tradição do homem a defecar não é, que eu saiba, regional. A representação surge, de forma discreta, nas cascatas de São João e é uma "figura nacional" na Catalunha e no País Valenciano com o nome de "El Caganer". O cagão, que aqui nos aparece, está associado à sorte e à prosperidade. Bom, oxalá assim seja, e que a escatologia nos traga um bom 2015.

JÁ FOI NATAL

Tentei arranjar uma pintura contemporânea que representasse o nascimento de Cristo. As obras atuais de temática religiosa são raras. Os motivos são sobejamente conhecidos.

Um dos últimos autores a privilegiar a religião foi Georges Rouault (1871-1958), artista de grande talento e profunda devoção. Curiosamente, não encontrei dele uma única pintura sobre a Natividade. Tem muitas sobre a Paixão ou sobre Cristo com os Pescadores, mas nada sobre o nascimento.

Aqui fica, ainda em tempo de Natal, uma das suas paisagens bíblicas.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

BOAS FESTAS 2014

Há dois dias perguntaram-me em Moura se não havia música nas ruas. Sinceramente surpreendido, disse que havia. Justamente naquela tardes, os estudantes do Conservatório tinham espalhado o seu talento pelas ruas da cidade. Que não, não era música dessa, mas sim da outra, nas colunas de som. "Qual?", tornei, "a do chingalingaliga e a do let it snow? Dessa não há, de facto". Perguntaram-me se eram problemas de orçamento que levavam a cortar aí e nas iluminações de Natal. É um pouco isso, mas não só. Duas certezas:

1. Em 2015 haverá um programa de animação para o Centro Histórico;
2. Os comerciantes serão chamados a dar o seu contributo para esse programa.

Entretanto, aqui fica o clip de Boas Festas, produzido pelo Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Moura.



O blogue hiberna até sexta-feira à tarde.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

QUASE NATAL

É quase Natal. Sem o calor tropical de Gauguin, aquele homem estranho que deixou a sua vida de classe média para trás, foi renegado pela família e nunca mais voltou à pátria de origem. Nós somos, por vezes turistas. Gauguin era um viajante. Foi sem saber se regressaria. Não regressou.


É mais fácil de longe imaginar
o que seria ter-te aqui presente
do que seria ter-te e não saber
com que forma de corpo receber-te.
Talvez um amplo véu oriental
ou o brilho mental de uma armadura
me deixassem arder sem ser molesto
no lume horizontal de uma figura.
Se te vejo, já está o meu desejo,
enquanto estavas longe, satisfeito;
no teu olhar encontro tudo quanto
à altura de amor é mais perfeito.
E no entanto, perto, fico incerto
se não é melhor bem o que imagino.

Poema de António Franco Alexandre

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

IGREJA DE SANTO AMADOR

Notícia apropriadamente natalícia: a reparação da cobertura da igreja de Santo Amador irá ser financiada pela Câmara Municipal de Moura. As obras terão lugar na próxima primavera, quando o tempo o permitir.

Talvez alguns digam "mais museus...", mas a preservação do património arquitetónico é, para nós, um tema da maior importância.

CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA - NOVO SITE

Já está disponível:

www.cm-moura.pt

domingo, 21 de dezembro de 2014

JOHN CONSTABLE (confessando uma velha paixão)

Não sou entendido ou conhecedor de Arte. Mas a minha formação de base, neste domínio, está sempre subjacente aos interesses ou à leitura do quotidiano. Fui alertado, há muitos anos, por um texto de Lionello Venturi, para o caráter vanguardista de parte da obra de John Constable (1776-1837). Venturi não se referia às obras "acabadas", mas aos estudos e a versão não-oficiais dessas mesmas obras. Imagino que muitas delas - como este Seascape Study with Rain Cloud (c.1824) - não despertassem grande interesse ao público daquele tempo.

A paixão por essa faceta secreta de John Constable permanece intacta, até hoje. Foi importante para me ajudar a perceber a duplicidade que, tantas vezes, a realidade tem. Mas iluminou, sobretudo, o facto de ser o aspeto "inacabado" e "imperfeito" das coisas que mais estimulante as torna.

FÍSICA ELEMENTAR II - POST PARA OUTRO PLÁCIDO DOMINGO


Havia um santo-amadorense que dizia: "Dizem que a terra tem um eixo. Ai tem? E quem é que lá o vai untar???"

sábado, 20 de dezembro de 2014

ISAK BORG - VERSÃO COSTA LESTE

Não é um dos melhores Woody Allen, mas foi dos que mais me divertiu. É a versão neurótica de Morangos silvestres. Como os meus amigos próximos sabem (oh, não! outra vez aquela coisa do Bergman, diz uma amiga muito especial) é o meu filme favorito.

Em Deconstructing Harry, de 1997, Woody Allen regressa ao colégio de onde tinha sido expulso. O existencialismo setentrional paira por ali, mas Allen mistura-o com um personagem desfocado. Há uma prostituta com quem ele se envolve e há, no essencial, a angústia ao melhor estilo Konigsberg. 


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

CHEGAR A CASA - 2º CAPÍTULO

Agora sim, chegou a confirmação: a Câmara Municipal de Mértola irá apoiar a curta-metragem de ficção que me propus realizar para o Festival Islâmico de 2015.

Está tudo previsto e garantido: atores, argumento, música, locução, tradução, design gráfico, catering, guarda-roupa, operador de imagem, estúdio de som, cenografia, construção de cenários... Só falta mesmo fazer o filme. "Um detalhe...", como costuma dizer o meu querido amigo Carlos Lopes Pereira.

Data de estreia - 15 de maio de 2015

FINAL DA TAÇA

Foi a minha penúltima final de Taça. A última a que assisti, em maio de 2005, foi um Vitória de Setúbal-Benfica, que não correu bem. Lembro agora este jogo, ao qual fui por solidariedade alentejana. A partida foi fraquita, e dela não guardo recordações, a não ser do golo. E de um furioso adepto do Beira-Mar, sentado mesmo atrás de mim. Estava a cair de bêbado e berrava, a cada 30 segundos, "Beeeeeeiraaaaa!". Pensei que ia ter um jogo tormentoso. No entanto, mal o jogo começou, fez-se silêncio. A medo olhei para trás. O ruidoso adepto deixara-se dormir. E assim ficou, em sono profundo, até ao fim (!) do jogo...

Recordações da taça, num ano em que não verei a final no Jamor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CENTRO DE ACOLHIMENTO A MICROEMPRESAS DE MOURA


A empresa municipal Lógica vai dar início ao processo de dinamização e gestão do Centro de Acolhimento de Microempresas de Moura (CAMM), situado no Parque Tecnológico da cidade.

Trata-se de uma iniciativa que representa um incremento nos apoios à actividade empresarial no concelho. No quadro desses apoios, as empresas que pretendam iniciar a sua actividade no concelho poderão instalar-se no CAMM a custo zero.

Neste “ninho de empresas” vão ser disponibilizados 11 espaços, designadamente 5 escritórios, com áreas entre os 16 e os 52 metros quadrados, e 6 armazéns, com áreas entre os 51 e os 105 metros quadrados.

Os contactos para informações e pré-inscrições podem ser feitos a partir da hoje, dia 18, para camm@logica-em.com ou pelo telefone 285254249, para a empresa municipal Lógica, entidade gestora do CAMM e do Parque Tecnológico de Moura.

Propriedade da Câmara Municipal de Moura, o edifício onde está instalado o CAMM beneficiou de apoio comunitário.

O Centro de Acolhimento de Microempresas de Moura deverá começar a funcionar a partir de fevereiro de 2015. O arranque deste projeto significa uma nova fase na vida do Parque Tecnológico de Moura.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

EEEEEEUUUUUUU !!!!

“Quem é que em Portugal não confiava em Ricardo Salgado?…”


VIVA CUBA!

O EMBARGO NÃO TEVE OS EFEITOS DESEJADOS, diz Obama...

ANTIOQUIA, MÉRTOLA, DOIS MUSEUS E DUAS MENORÁS

A recente referência ao Worcester Art Museum fez-me regressar a um catálogo que lá me ofereceram:  Antioch - the lost ancient city. As ligações ao oriente dos mosaicos de Mértola eram mais que evidentes, mas não foi isso que mais me chamou a atenção. Numa das páginas do catálogo figura uma menorá, com a legenda Inscription with incised relief  of menorah. Surface find from Antioch, present location unknown. Já não bastava a imprecisão e descontextualização do achado, como ainda por cima não se sabia onde a peça estava. Mais outra ligação de Mértola às comunidades do Levante: na exposição da basílica paleocristã de Mértola pode apreciar-se uma lápide funerária, ratável do século V d.C., com a menorá. Outra coincidência: a peça de Mértola foi também resultado de uma recolha de superfície.



Já lá vão 21 anos. O catálogo da Basílica Paleocristã foi a minha primeira prova de fogo em Mértola. Uma prova difícil, e que na altura me valeu duras críticas internas... Palavras leva-as o vento, o catálogo ainda resiste, continuando globalmente válido, nos seus diversos domínios.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MONTADO QUENTE

O António Galvão mandou-me, por mail, esta pintura. Montado evoca, sempre, calor. E o sul, com sentimentos à flor da pele. O António é do sul. Casimiro de Brito também.


Entro no teu corpo árvore
felina
como quem visita um templo
vegetal uma ilha impregnada
pelas especiarias mais raras
do sol e do mar. Ascendo em bocas
que bebem a minha seiva em dunas
que me lavam e queimam
humildes. Armas tão frágeis
as que temos: o mel a saliva o
sémen. Caminho
na luz obscura
com as mãos vazias
de quem nasce de novo. 

domingo, 14 de dezembro de 2014

NA IDADE MÉDIA É QUE ERA BOM

A página anda no facebook. Trata-se, suspeito, de trabalho de um conhecido medievalista. Até suspeito quem poderá ser o/a autor(a)... O estilo de picar ilustrações é tributário do genial José Vilhena (v. aqui).

Estou roxo de raiva e de inveja por a ideia não ter sido minha. Assim sendo, só me resta recomendar a página: https://www.facebook.com/idademediaerabom?fref=ts

D'o cante alentejano

O CANTE, NO DIA DE HOJE

“Ia, no outro dia, descendo a rua quando ouvi, 20 metros mais abaixo, alguém que cantava no rio uma belíssima moda. Era uma daquelas vozes melancólicas e cheia de uns trinados que, mesmo no cante alentejano, vão sendo cada vez mais raros.

A voz do pescador enchia o anfiteatro natural que Mértola é, para meu encanto e para espanto de um grupo de turistas alemães  que assistia, fascinado, àquela magnífica exibição.

Ao escutá-lo não pude deixar de me lembrar de Michel Giacometti, que me contou que tinha em tempos ouvido as mesmas melodias, os mesmos cantos de trabalho, em Marrocos e em Portugal, prova provada que o mundo de cá e o mundo de lá são criação recente das polícias e das alfândegas. Não pude deixar de pensar naqueles que melhor representam as músicas de tradição mediterrânica. Na Ti Chitas, pastora de Penha Garcia, na "Senhora do Almortão", nos adufes de Idanha e em alguns grupos corais do Alentejo. Recordei-me das vozes únicas de Pepe Marchena e de El Cabrero e de, ainda que seja difícil convencer muitos portugueses que os fandangos de Huelva estão entre as mais belas sonoridades do mundo. Vieram-me também à memória os nomes de Manuel Bento, Perpétua Maria e Francisco António, artesãos daquela estranha e magnífica arte do cante e do toque campaniço.

A arte do cante do Mediterrâneo português definha. É com amargura que se ouve cantar cada vez pior, por entre grupos de música etnopimba e por entre supostas, e mais que discutíveis, modernizações. A voz daquele pastor de meia-idade representa o que vai resistindo de uma cultura milenar. Há muitas centenas de anos que as margens do Guadiana, e os esplendorosos cerros à sua volta, ouvem pescadores cantar a mesma musicalidade, dita umas vezes em latim, outras em árabe, outras enfim em português. A quem terá ele escutado aqueles sons? Terá ensinado algum neto a cantar como ele? Ou, no dia em que ficar demasiado velho, ninguém tomará o seu lugar naquele barco do Guadiana?

Ao ritmo lento da remada, o pescador continuou a cantar. No fim, os turistas romperam em aplausos e aos bravos!, como se estivessem em plena Ópera de Berlim. O pescador retomou as cantigas. Fui-o seguindo, até o perder na curva do rio.”

O texto que acabo de transcrever foi escrito, e publicado, há cerca de 15 anos, quando vivia em Mértola. Enganei-me. Estava errado e constato-o com prazer. O cante não definha, e a classificação como Património Cultural Imaterial da Humanidade, lograda há poucas horas, é a prova viva do meu erro. O cante enquanto encenação e forma de desfile e atuação em palco é coisa recente. O cante era, sobretudo, o das tabernas e das festividades. E o do trabalho, bem entendido. Decisivo mesmo é que se perpetue e eternize. E isso já não depende das classificações. Depende de nós.


Crónica publicada em "A Planície" de 1.12.2014.

Quem é o da fotografia? É o jornalista Pedro D'Anunciação. Que se entreteve a escrever no "Sol" uns disparates sobre o cante alentejano. Os franceses tiveram o D'Artagnan, nós temos o D'Anunciação... Cada um tem o D' que pode.

DIA DE S. FERNANDO ALVES

1. Estes dias são um martírio. E vão piorando à medida que se avança. Logo mais, antes e depois do jogo, vai haver diretos, com dezenas de apoiantes aos urros à volta dos repórteres. A quem, coitados, mandam fazer aquelas peças, de interesse absolutamente nulo.

2. Recuso-me a pagar aquele esbulho legal chamado SportTv. Casa do Benfica, aí vou eu!

sábado, 13 de dezembro de 2014

THE ROAD TO MADRID

Madrid, si tanto tienes tanto vales
y aunque falto de encinas, te respiro
bebiéndole los vientos al Retiro
y al oro del crepúsculo en Rosales.
Con otoños románticos prevales
para permanecer en el suspiro.
¿Dónde vamos, Madrid? A octubre miro
y con sabor de soledad me sales.
Mientras el corazón amarillea
la tarde, que no el cuerpo, me pasea
por las tranquilidades del palacio.
Todo se finge rápido y urgente,
pero yo te recorro lentamente
que las cosas del alma van despacio.

É, justamente, outono em Madrid. Mas aquela minha amiga vai passar por cima do outono em Madrid e verá, lá muito ao longe, esta esquina de Madrid. A casa era aquela, na Menéndez Pelayo, 63 - 4ºF. Mas não se via da rua. Um dia levo a minha amiga a passear ao Retiro e aponto-lhe a casa "era ali que morava a tua bisavó".

Poema de Luis López Anglada (1919-2007)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

JANTAR BENETTON

Ao entrar, há pouco, num restaurante de Moura, deparei com um animado trio em fim de jantar. Um deles interpelou-me "sabes porque estamos aqui?". Não fazia ideia. O esclarecimento veio de seguida: "fizémos, há muitos anos, parte da mesma junta de freguesia". Só então reparei que, de facto, o trio estava equilibrado: CDU-PS-PSD. Os anos, muitos, passaram. Conservam a amizade. E cultivam estes momentos de convívio. Achei bonito.

UMA CIDADE E O SEU MUSEU: 8/20 - WORCESTER

Worcester? Onde é que raio fica Worcester? Seria aquele o último ponto da minha digressão americana, na primavera de 2004. O convite partira do Archaeological Institute of America e compreendia uma série de conferências: em Pittsburgh, em Springfield, em Providence e em Worcester. Um pim-pam-pum no leste americano. Com uma aula num sítio chique (a Brown University).

Mas a verdade é que eu não sabia mesmo onde ficava Worcester, nem que museu era aquele, nem porque raio queriam ouvir da arqueologia islâmica em Portugal... Surpresa! O museu tinha uma coleção fantástica e multifacetada, uma programação de deixar qualquer um verde de inveja e, surpresa maior, um público interessado e inquisitivo.

No final, alguém me pergunta, num português meio abrasileirado "a pensão Beira-Rio, em Mértola, ainda existe?". Mais uma surpresa. Conheci assim Chester Brummel, fotógrafo que tinha chegado a Portugal em meados de Abril de 1974, com uma bolsa de estudo do governo americano. Passou aqui dois anos extraordinários, confessou-me.

O dr. James Welu, um senhor de gestos suaves e estilo aristocrático conduzir-me-ia depois pelos corredores desertos do museu, numa visita privilegiada e difícil de esquecer. As memórias mais fortes desse dia têm a ver com Antioquia e com a Síria. E não é por causa deste mosaico que, aqui entre nós, não chega aos calcanhares do de Mértola...

De Worcester, uma pequena cidade de 180.000 habitantes, não recordo nada. Do museu sim. Gostava de lá voltar. E de voltar a encontrar o Chester.

Site do museu: http://www.worcesterart.org



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

COMO (QUASE) FIZ O MESTRADO EM HISTÓRIA MEDIEVAL NA OURIVESARIA PIMENTA

Já passaram muitos anos. Duas dúzias deles, na realidade. Inscrevera-me no Mestrado  em História Medieval da Universidade Nova. Havia 10 vagas. Houve 10 inscritos. "Menos mal", pensei. Como não tinha sido aluno da casa tive de me submeter a um exame de admissão. No dia marcado, vi-me sozinho na sala. "Os outros candidatos são da Nova?", atrevi-me a perguntar à Profª Iria Gonçalves. Respondeu-me que toda a gente tinha desistido. O mestrado não vai abrir, pensei. Para minha surpresa, abriu. Com um aluno. Que pagava 1.200$00 de propinas por ano (algo como 5,98 €). Tinha aulas (ou explicações, se preferirem) no gabinete dos professores. Durante dois anos tive o privilégio de ter um excecional grupo de docentes a apaparicar-me: José Mattoso, Oliveira Marques, Luís Krus, Adelaide Miranda, Ângela Beirante e a minha diretora de tese, Iria Gonçalves, a quem devo mais do que algum dia lhe poderia pagar... Só havia dois seminários por ano e mais uma disciplina optativa. Um modelo útil e que nunca deveria ter sido abandonado.

Ia a aventura a meio (só defendi a tese em 21 de junho de 1995) quando o meu amigo Sérgio Matos, então um jovem assistente da Faculdade de Letras de Lisboa, me observou "esse teu mestrado tem um ratio impressionante professores/aluno; a tese devia ser posta à venda na Ourivesaria Pimenta".

Bem vistas as coisas, o Sérgio tinha razão. Três anos de propinas x 5,98€ dá 17,94€... A faculdade pagou muito, muito mais aos profs. Histórias possíveis noutro tempo, quando vivíamos noutro país.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O BOATO

Alguém se lembrou de lançar hoje o boato de que eu teria sofrido um AVC extremamente grave. Uma coisa dessas pode acontecer a qualquer um, especialmente a autarcas com vida pouco sossegada. O meu telefone andou, toda a manhã, num desatino...

São curiosos estes boatos. Fica-se sempre na dúvida sobre a intenção de quem os lança. Preocupação ou projeção?

NIGHT SHIFT

A estrutura base do novo Pavilhão das Cancelinhas em todo o seu esplendor. Decidimos iluminar a obra durante os dias da feira, de forma a que os visitantes se pudessem aperceber do que está a ser feito. A elegância do projeto é, de momento, apenas parcialmente percetível. Nas próximas semanas, e com o avanço da obra, tornar-se-á visível toda a dimensão deste investimento.

Em 2015, a Feira da Vinha e do Vinho terá nova casa.

O que é que os Commodores aqui estão a fazer? Nada de especial, a não ser que a expressão night shift (turno da noite) me foi sugerido quando vi a estrutura iluminada. E também porque gosto dos Commodores e do som Motown. É isso.



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

GAGO COUTINHO

É claro que tinha prometido ao Rui estar pressente no lançamento do livro. É claro que no dia marcado tinha um compromisso aqui no burgo a que não podia mesmo faltar. É claro que vou comprar o livro. Vou gostar de o ler, disso tenho a certeza. Porque conheço bem a coerência do percurso do Rui Costa Pinto. Bem como sei bem da sua competência e rigor de investigador.

Aqui fica, portanto, a divulgação de um livro ainda por ler. Com um forte abraço ao Rui.

A edição é da ERANOS.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

سِتَّةٌ

سِتَّةٌ

É hoje o "aniversário". Assim se passaram seis anos na vida do blogue. Que é o mesmo que dizer, na minha vida. A palavra em árabe é sitta. Na numeração árabe, o seis parece um sete. Que é o ano que está para começar.

Vamos a contas:

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566 - 3º ano
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448 - 5º ano
418 - 6º ano
total: 3172


Seguidores:
46 - 1º ano
42 - 2º ano

34 - 3º ano
18 - 4º ano
4 - 5º ano
11 - 6º ano
total: 155


Dispersão geográfica do blogue:
43 - Europa
39 - Ásia
36 - África
23 - América
4 - Oceânia
total: 145 países (mais 14 territórios) de cinco continentes