segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A SUA CARA NÃO ME É ESTRANHA...

Ainda a propósito de confusões e de identidades...

A Fátima ouviu falar português. Nada de estranho no metro de Paris. Mas, ao voltar-se, deu de caras com alguém que conhecia. Cumprimentou animadamente o senhor justamente por isso, porque o conhecia. Vai daí tentou perceber de onde, num animado e curto diálogo. Nada batia certo. A Fátima estudara numa escola, o senhor lecionara noutra. Ela trabalhara numas empresas, ele noutras. Nada batia certo, mesmo nada, embora o senhor, gentilíssimo e discreto, se esforçasse por encontrar pontos de contacto. Chegou-se a um beco sem saída. Às tantas, o senhor tentou uma saída: "bem, eu fui Ministro da Educação, chamo-me Roberto Carneiro...". Foi então que a Fátima se deu conta do equívoco, ficando embaraçada, mas não muito, que não é moça para isso. Eu teria gaguejado trinta vezes, mas ela não. De certeza que não.

"Doctor Livingstone, I presume", disse Stanley. Mas não foi no metropolitano.

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