quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

CENAS DA VIDA QUOTIDIANA EM ARLIT

A reportagem em si não era grande coisa. Mas a ligação entre dois temas - a crescente insurreição no norte do Mali e a presença francesa nas minas de Arlit, no Níger - merece bem uma reflexão. Que a França tenha decidido intervir no Mali, em apoio ao governo de Bamako e para sacudir a pressão de fanáticos perigosos, não merecerá a contestação de ninguém com bom senso. Que essa ação visa proteger os interesses gauleses no Níger (Gao está a 800 km. de Arlit), também não merecerá dúvidas. Nem é esse o tema que me interessa, neste momento.

A minha dúvida é outra: que benefícios tiram os nigerinos da exploração que a AREVA faz em Arlit? Na reportagem pressentia-se que a resposta será "quase nada". Com o solo e o ar envenenados, que vida têm os habitantes e os seus descendentes? Quanto investiu a AREVA em educação, em saúde, em abastecimento de água, ao longo destes anos? São, bem sei, perguntas ingénuas. Mas estou certo, no meio da minha ingenuidade, que a crescente influência de radicais no Sahel tem a ver com esse tipo de questões.

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