sexta-feira, 16 de março de 2012

JOSÉ MATTOSO - A PROPÓSITO DE ACERVOS PATRIMONIAIS

Foi uma jornada emocionante e de sentimentos fortes. De manhã até à noite. A equipa de bibliotecários do Campo Arqueológico de Mértola (Filipa Medeiros, Armanda Salgado, Paula Rosa, Bruno Almeida) organizou um excelente encontro sobre Acervos patrimoniais: novas perspetivas e abordagens. O ponto de partida foi a generosidade de José Mattoso, que doou ao Campo Arqueológico de Mértola a sua extraordinária biblioteca pessoal. Isso foi o ponto de partida. O dia foi uma sucessão de intervenções de grande nível, que permitiu perceber a importância do discreto e fundamental trabalho daquela equipa.

Foi gratificante poder encontrar pessoas que admiro como Bernardo Vasconcelos e Sousa, Amélia Andrade, Fernanda Campos, Eunice Pinto, Ana Paula Gordo ou Paulo Leitão. Foi bom rever a Rosa Barreto, ao fim de 20 anos. E estar de novo com o Luís Filipe Oliveira.

Mas foi especialmente gratificante ver associados a este evento Jorge Sampaio, Teresa Patrício Gouveia ou José Mariano Gago. Vieram de longe prestar homenagem a uma personalidade excecional da cultura portuguesa, num gesto de amizade e de gratidão. O mesmo em que estiveram presentes João Sentieiro e Francisco Sepúlveda Teixeira, até há pouco responsáveis pela FCT e homens com a perceção da importância do apoio a projetos culturais. Foram também significativas as participações do Presidente e da Vereadora da Cultura da Câmara de Mértola.

Poder estar junto a um antigo professor (José Mattoso orientou, em 1990/91, um seminário do meu mestrado em História Medieval) de grande qualidade humana e científica é um privilégio raro. Ouvi-lo dizer-me, à despedida, "não te esqueças da componente social do ofício do historiador; a investigação só não chega" deixa-me matéria de reflexão para sábado e domingo. Pelas razões que ele bem sabe. E por outras que intui...

José Mattoso em Mértola, numa magnífica fotografia cujo autor desconheço

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