quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O MEDO COME A ALMA

Derradeira citação cinéfila de 2011.  Um filme de Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) de que gosto particularmente. Por um lado, pela improvável história de amor que este Angst essen Seele auf / O medo come a alma (1974) relata: uma viúva alemã apaixona-se por um emigrante marroquino (v. um excerto aqui). Por outro lado, porque Fassbinder foi buscar inspiração a outra história de amor "impossível", All that Heaven allows (1955), de Douglas Sirk (a viúva e o jardineiro muito mais novo). Far from Heaven (2002), de Todd Haynes, foi pelo mesmo caminho. A dificuldade do tema foi ultrapassada, com mestria, pelos três cineastas.

Uma amiga, muito mais nova, pergunta-me, antes de uma incursão à Cinemateca prevista para amanhã, "como é que sabes se um filme tem interesse, se esses clássicos só são vistos de tempos a tempos e deles já quase não se fala?". Não sei, de facto. Mas o fator surpresa, tão do agrado dos meios futebolísticos, tem-me feito descobrir tantos e tantos filmes de importância fundamental na minha vida.


Fotograma do filme.
 El Hedi ben Salem (1935-1982) teve uma história não menos conturbada e trágica que a de Ali.

2 comentários:

Lucrecia disse...

Olá,Santiago. Estou de volta. Estive no campo. Sem internet e sem telefone celular. Quantas novidades encontrei no avenida. Parece que está mais alegre. Percebi que há muitas matérias novas. Vou visitar uma por uma,com calma.Só passei para dizer olá. Senti muita falta da leitura que me habituei a fazer todas as noites, depois de dias estressantes.

Lucrecia disse...

É verdade não dá pra saber. Mas pelo enredo há promesa de uma história agradável. Se assistir só para relaxar. Agora se for com olhos de cineasta aí tudo muda. Além da história, vai-se observar tempo, fotografia, luz etc...etc..