terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LE MUDE

Peregrinação pela Baixa Pombalina na companhia de uma jovem estudante liceal. Que não sabia o que era uma "gaiola pombalina" e ficou a saber depois de um almoço no Café do Rio. E que se entusiasmou no MUDE com uns ténis All Stars com um desenho de Roy Lichtenstein, com o sofá La bocca e com o cofre da cave, usado para a exposição da joalheira Kukas.

Mais do que o entusiasmo juvenil da minha companhia desta tarde surpreendeu-me a quantidade de franceses que visitavam o MUDE. Quase só ouvi falar francês. Não pude deixar de ficar um pouco preocupado. Quando é que raio perceberemos que temos coisas muito boas na nossa terra?

A entrada no MUDE é à borla (!).
Site do Museu do Design e da Moda/Coleção Francisco Capelo: www.mude.pt

 
Uma casa de banho com muito design. Com a presença da Renova, claro.

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Santiago: um dia destes no magnífico Museu de Foz Côa (cuja qualidade não ficaria mal em França...)tive a mesma surpresa - a de muitos franceses a visitá-lo...
PL

Lucrecia disse...

Esse também é nosso drama! Mas há coisas e coisas. Em nossas cidades há mais turistas estrangeiros do que brasileiros. Como você sabe o Brasil é muito grande e acaba que o Brasil não conhece o Brasil.

babao disse...

"Quando é que raio perceberemos que temos coisas muito boas na nossa terra?"

- Quando conseguirmos deixar de ir "salivar" para os centros comerciais...ou de passarmos horas com uma chaveninha de Delta à frente na mesa de um café;
- Quando os professores, na ausência de os pais, forem eles próprios indivíduos com gostos e conhecimentos que vao para além dos programas que têm que ensinar;
- Quando em Portugal as pessoas deixarem de ter a idéia que um Museu é um local empoeirado e sem interesse;
- Quando...quando...talvez um dia quando !

PS Obrigada pela dica, a próxima vez que for à capital também vou ao MUDE ; )

Santiago Macias disse...

Bem, o Brasil é um colosso. A todos os níveis. É um pouco natural que a maior parte das pessoas não conheça todo o país. Que uma pessoa no Rio não conheça o Museu de Arte Contemporânea em Niterói é que não será coisa normal.

Babao, esse ritual de passar horas na conversa é meridional. Isso é para manter. E tal não é incompatível com idas a museus ou a outros sítios. E sim, o MUDE vale a pena.

Lucrecia disse...

É isso Santiago,não é fácil viajar de uma cidade para outra.De um Estado para o outro.Somente uma pequena parcela da população brasileira viaja para fazer turismo.
Quanto a visitar Museus, frequentar bibliotecas... este é ainda privilégio de poucos. E também é nosso grande desafio como professores: arte-educação. A maioria da população desconhece o valor de um museu e outros evitam as bibliotecas. Sei disso porque trabalho em uma. Nosso desafio diário é fazer com que jovens e adultos nos vejam e saibam que estamos ali para ajudá-los. É tarefa árdua. Mas o meu amor pela leitura e artes de um modo geral é tão grande que me renovo a cada dia. O tempo passa e eu não desisto. Faço parte de uma equipe que trabalha com entusiasmo e esperança de um dia mudar esta situação.