quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PARES IV: A VIRGEM DOS ROCHEDOS

As pinturas também se fazem, ou faziam, aos pares. Há duas Virgens dos Rochedos, ambas de Leonardo da Vinci. Uma está em Paris, no Louvre, a outra em Londres, na National Gallery.


Há um poema, intitulado A Virgem Maria, de Manuel Bandeira, de que gosto. Não é, juro!, por impiedade que aqui o reproduzo. Pelo contrário, julgo que não contraria a arte de Mestre Leonardo.


O oficial de registro civil, o coletor de impostos, o mordomo
[da Santa Casa e o administrador
[do cemitério de São João Batista
Cavaram com enxadas
Com pás
Com as unhas
Com os dentes
Cavaram uma voca mais funca que o meu suspiro de re-
[núnicaDepois me botaram lá dentro
E puseram por cima
As Tábuas da Lei

Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova
Eu ouvi a vozinha da Virgem Maria
Dizer que fazia sol lá fora
Dizer i n s i s t e n t e m e n t e
Que fazia sol lá fora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vamos ver se os esforços do professor de Património não foram em vão...

A imagem representa um ser Divino, a Virgem (quer seja dos rochedos, quer seja a Virgem Maria, a simbologia é a mesma), representa a mãe de jesus Cristo, envolta em luz quando tudo à sua vlta é escuro e parece mergulhado nas trevas. Isto porque as figuras celestiais são a luz, enquanto tudo o resto representa as trevas. A criança sentada a seu lado representa a figura de jesus, de mãos postas, em sinal de oração pela salvação da humanidade. Parece dizer: "Perdoai-lhes Senhor, tende piedade". A importância desta figura é reforçada pela imagem da mulher e da outra criança a apontarem para ela, como que a dizer: "Este é o filho de deus, o nosso salvador".

E fico por aqui, se alguém quiser concluir, be my guest...

Luís Amor

Santiago Macias disse...

Muito bem!
Tirando aquela parte de "jesus" e "deus" com minúsculas.