quinta-feira, 7 de julho de 2011

ZAMBUJEIRO - 840 a.C.


Esta oliveira bravia é, segundo investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a árvore mais antiga de Portugal. Noutros tempos teria de estar em Guimarães ou em Aljubarrota. Hoje, pode prosaicamente, ficar-se pelo Bairro da Covina, em Loures, no que resta de um antigo olival próximo das ruínas do castelo de Pirescouxe.

A oliveira bravia é também designada como zambujeiro. Um nome curioso, de origem berbere. A palavra é ainda hoje usada no norte de África, embora não se aplique necessariamente ao domínio da flora: tenho uma amiga argelina a quem a mãe chamava "zambuj", dado o seu feitio rebelde; um facto que pude confirmar, em mais que uma ocasião.

O zambujeiro de Pirescouxe tem, na base, um perímetro de 10,15 metros. E data, mais ou menos de 840 a.C. Em rigor, é em muito anterior a Viriato. É que os jornais, em momento de inflamado lusitanismo, dizem que a árvore é contemporânea do célebre guerreiro. É verdade. Mas teria sido mais rigoroso dizer que o zambujeiro é da idade de Homero. Mais verdadeiro e mais poético.

4 comentários:

oasis dossonhos disse...

Bela notícia. Benditas sejam as árvores.

Raul Santos fotografia disse...

tenho o privilegio obeservar a arvore em questão da minha propria janela. brinquei em criança muitas vezes em cima dela , nunca pensei que esta arvore fosse assim tão antiga.fico grato em saber.

Santiago Macias disse...

Isso, é de facto, um privilégio, e benditas sejam as árvores. As nossas memórias são, também, feitas das memórias dos sítios. Depois desta notícia ganhei uma certeza: na primeira oportunidade irei a Pirescouxe (ou Pirescoxe?, hesito sempre).

Anónimo disse...

Congratulo-me com o amor demonstrado por algumas pessoas em relação às àrvores. Também eu partilho esse sentimento que me faz olhar as árvores como seres imprescindíveis. Por isso sofro com o derrube das velhas oliveiras centenárias, catedrais da natureza, que se podem observar cada vez menos no nosso Alentejo. Por vezes procuramos algo exótico para visitar e, contudo, temos os nossos olivais, em que cada árvore surpreende pela sua forma escultórica, mesmo aqui... Vamos ver até quando...