sábado, 11 de dezembro de 2010

VINHO - II

LE VIN DES AMANTS


Aujourd'hui l'espace est splendide!
Sans mors, sans éperons, sans bride,
Partons à cheval sur le vin
Pour un ciel féerique et divin!

Comme deux anges que torture
Une implacable calenture,
Dans le bleu cristal du matin
Suivons le mirage lointain!

Mollement balancés sur l'aile
Du tourbillon intelligent,
Dans un délire parallèle,

Ma sœur, côte à côte nageant,
Nous fuirons sans repos ni trêves
Vers le paradis de mes rêves!


in Les fleurs du mal (1857), de Charles Baudelaire (1821-1867)

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Le vin des amants é um poema conhecido de Baudelaire. Não é um poema virtuoso? Nenhum dos poemas de Les fleurs du mal é um apelo à virtude. Ainda bem.
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Antes do vinho vem a vindima. Daí a presença do quadro La vendimia, pintado em 1786/87 por Francisco Goya (1746-1828). A obra está hoje no Museu do Prado, em Madrid. Não é este o meu Goya preferido. Aí incluiria a fase final da sua produção, em especial as gravuras, e alguns retratos, justamente célebres. Amanhã mostrarei um caso. As gravuras, pelo menos algumas delas, aguardarão até à abertura da próxima temporada tauromáquica.

1 comentário:

Lefrontier disse...

Decididamente o Santiago está:
a) A tornar-se reaccionário;
b) Apaixonado :))
Também não é um dos meus Goyas preferidos - tenho mesmo que confessar que Goya, a partir do momento em que cedeu ao pronto-a-vestir, tornou-se também um reaccionário - mas que excelentes e roliças formas que pinta! Enfim, se calhar também sou um reaccionário. É da idade...