terça-feira, 17 de agosto de 2010

DO GHARB AO ALGARVE: A RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS DE ÉVORA

El señor de Badajoz, Abdallah b. Muhammad temió que, al haber quedado Evora desierta, se metieran en ella algunos de los bereberes de las inmediaciones y resultara perjudicado, por lo que, saliendo con los suyos hacia allí, destruyó los torreones y echó abajo el resto de sus murallas, hasta dejarlas por tierra, regresando luego. Quedó así Evora abandonada el resto del año 301 (acaba el 26 julio 914), hasta que la reconstruyó este Abdallah b. Muhammad al-Jilliqi para su amigo, Masud b. Sadun as-Surunbaqi el año siguiente, 302 (27 julio 914 - 16 julio 915).
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O Muqtabis V, de Ibn Hayyan (987-1075), de onde excerto foi retirado, foi traduzido para espanhol por Maria Jesús Viguera e Federico Corriente. A edição é já antiga (1981) e esteve a cargo da Anubar Ediciones. Trata-se de uma obra fundamental para a compreensão dos mecanismos de subida ao poder de Abd ar-Rahman III.
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Uma das faces desta lápide confirma a narrativa de Ibn Hayyan, ao dar conta da reconstrução das muralhas de Évora. O tipo de escrita não deixou dúvidas ao grande epigrafista Artur Goulart de Melo Borges, que a data dos inícios do século X.
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Na outra face da lápide foi, em meados do século XII, gravada nova inscrição, que regista uma construção mandada realizar por Ibn Wazir, senhor da cidade.
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Esta peça de excepcional interesse, que pertence ao Museu de Évora, está desde ontem e até meados de Setembro patente ao público na Casa vda Cultura Islâmica e Mediterrânica de Silves, na exposição Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no ocidente. Tal como foi em tempos anunciado um dos sectores da exposição mostrará aos visitantes, em sistema rotativo, peças provenientes de fora da região algarvia.
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Para saber mais sobre esta peça veja-se a página web do Museu de Évora:
http://museudevora.imc-ip.pt/pt-PT/coleccoes/epigrafia2/ContentList.aspx

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Sobre a exposição veja-se a página web da Câmara de Silves:
http://www.cm-silves.pt/portal_autarquico/silves/v_pt-PT/pagina_inicial/destaques/gharb+ao+algarve.htm

4 comentários:

Isabel Victor disse...

Muito interessante ...

Gostei de ler . Obrigada


Saudações

iv

Teresa Sindicato disse...

Nas nossas curtas férias fomos à descoberta dos algarves. Obviamente passámos por Silves (dormimos duas noites nas margens do Arade!)e fomos ver a tua (vossa) exposição.

E está excelente!, é uma exposição que sem perder rigor científico consegue ser sintética e eficaz para atrair o interesse tanto dos mais como dos menos conhecedores do assunto (tantas exposições que tenho ido que caem ou no erro de serem tão exaustivas que se tornam ilegíveis para a maior parte das pessoas; ou então, para agradar às "massas" resumem-se a fazer espectáculo).

Adorámos a parte dos pigmentos e das ervas e também da recolha linguística no video (a Andreia assentou num caderno as palavras todas).

Excelente ainda toda a arquitectura da exposição, as cores, os módulos de madeira, a forma como as peças estão expostas sem estarem entupidas de números e legendas.

Também de assinalar a frescura do espaço que nas quenturas de Agosto dá muito jeito.

O documentário já o conhecia e é muito bom, foi uma influência grande para a concepção e dramaturgia de uma peça que fizemos sobre o Al-Mutamid para o Museu de Beja.

Ficámos com pena foi de não haver catálogo da exposição...

Não haverá maneira de trazer a exposição a Moura?

Abraço!

babao disse...

Belissima exposiçao esta, "Do Gharb ao Algarve ". Onde os textos, com um toque de jornalismo poetico, nos fazem viajar no tempo.

Uma alternativa fresca e simpatica à esfante e estafada Feira Medieval de Silves.

E depois...vale tambem a pena conhecer a Casa da Cultura. Mas, Senhor(a) Presidente da Camara nao se esqueça de por umas setasinhas na cidade para la chegarmos com maior facilidade :(

Santiago Macias disse...

Caro JF

Vai haver roteiro e catálogo.
Levar a exposição a Moura não me parece fácil pela logística que envolve. Mas vou colocar a questão.

Abraço
SM