sexta-feira, 9 de abril de 2010

JOAN MARGARIT

O ÚLTIMO JOGO
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Os meninos e meninas brincam: isto é casa.
Isto, um castelo. Aqui, uma ilha deserta.
E assinalam um lugar. Não precisam de mais nada.
Mais tarde chegaram as decorações.
Volto a dizer, a assinalar um lugar abstracto
como o da infância: isto é casa.
E todos os lugares não são mais do que a morte.
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Bandiagara, Mali (2008)
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O livro chama-se Casa da misericórdia e é seu autor Joan Margarit (n. 1938). Foi-me oferecido por um dos tradutores, Àlex Taradellas, no passado sábado. Conhecia a outra tradutora do livro, Rita Custódio, há muitos anos, e fiquei surpreendido e feliz com a oferta. São poemas belos e difíceis e marcados pela obsessão da velhice e da morte.
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Quando voltei a olhar para o livro, uns dias depois, é que me dei conta que o tempo passou e que a Rita já não é a miúda que conheci há quase vinte anos. Joan Margarit faz bem em nos obrigar a refletir sobre a passagem do tempo.
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A edição, bilingue, é da OVNI: info@ovni.org

2 comentários:

Rita Custódio disse...

Que bonito post! Muito obrigada! Depois de ler dia após dia tantas palavras interessantes neste blog, o mínimo que podíamos fazer era dar-te a conhecer outras palavras de que gostamos. Um grande beijinho!

Santiago Macias disse...

OK, fico contente!