sexta-feira, 30 de abril de 2010

MOURA - 180 DIAS DEPOIS

E assim se passou 1/8 do mandato. Muita coisa aconteceu, muitas outras irão ter lugar.
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Não estamos na hora de fazer balanços minuciosos. É-me possível recordar o que foram, numa leitura pessoal estes seis intensos meses de trabalho autárquico, passados entre Moura, Mértola, Lisboa e Coimbra. Para além das questões referentes às zonas industriais, que abordei há dias, e sem querer ser exaustivo, aqui vão alguns tópicos:
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Museu Alberto Gordilho - obra em fase de conclusão
Edifício dos Quartéis - obra em fase de conclusão
Jardim das Oliveiras - obra adjudicada
Matadouro (renovação do edifício e área envolvente) - projecto adjudicado
Reabilitação do Pátio dos Rolins (2ª fase) - projecto em fase de conclusão
Arranjos exteriores dos Quartéis - projecto em fase de conclusão
Novo cemitério de Moura - projecto em fase de conclusão
Igreja de S. Francisco (reabilitação) - obra adjudicada
Centro Cultural de Santo Amador (em parceria com a Junta de Freguesia) - obra concluída
Edifício de recepção ao turista no Castelo de Moura - concurso a decorrer
Igreja do Espírito Santo (reabilitação) - concurso em preparação
Rede de águas e esgotos do Sobral - obra iniciada
Ribeira da Perna Seca - concurso em preparação
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Podemos juntar a este os projectos candidatados a financiamento e aqueles cujo lançamento a concurso está iminente, como a Ribeira de Vale de Juncos, em Amareleja, ou o Pavilhão das Cancelinhas).
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Não é por nada, mas para seis meses acho que não está mal. Mesmo que possa ser acusado de parcialidade. A 30 de Outubro de 2010 farei uma abordagem mais minuciosa ao 1º ano de mandato.
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O autor desta imagem? Simon Fridland, um nome grande da Fotografia. O local? A União Soviética dos anos 30.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

NOMA

Ao telefonar, há uns meses, para um conhecido restaurante (nem estrelas michelin, nem Tavares, nada disso, apesar de ter acabado de receber o 13º mês nunca fui dado a avarias) para fazer uma reserva recebi uma resposta que não me surpreendeu demasiado, apesar de tudo:
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"Em que semana pretende marcar? Nas próximas está tudo cheio."
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Não marquei, porque nunca reservo sítio para jantar para daqui a umas semanas. Comer, beber, dormir, o sexo, são essenciais a qualquer ser humano. Serão programáveis com semanas de antecedência? Ou com dias de antecedência?
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A recente escolha do Noma, em Copenhaga, como melhor restaurante do mundo, vai causar desassossego entre as elites europeias. O chef Rene Redzepi usa raízes, vegetais e outras coisas que tais. Antes de desatarem a correr para um telefonema a reservar é melhor verem os preços: o menu mais baratucho vale, sem vinho, 127 euros. A partir daí é sempre a subir. Bon appétit.
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O site do NOMA tem informações sobre os sofisticados pratinhos: www.noma.dk

TERESA TER-MINASSIAN

Já quase tinha saudades do ouvir a sonoridade arménia do nome desta italiana, quadro do topo do Fundo Monetário Internacional. Nos anos 80, Teresa Ter-Minassian fazia uma esteira (perdoe-se-me esta coloquial expressão da minha terra natal) a caminho de Portugal. Dava tau-tau nos governos e apontava/determinava O caminho a seguir.
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Depois entrámos na Europa, ficámos importantes e quase-quase uma super-potência. Agora a coisa deu para o torto. Gerou-se um ambiente de pânico que vai levar a classe média a aceitar fazer tudo o que lhe disserem. Desde que possa ficar com o andar, o carro, a aparelhagem e as férias na praia, bem entendido. Ao ouvir ontem o Governo fiquei com a desconfiança que a culpa de toda esta situação é, antes de mais, dos desempregados. Mas posso ter ouvido mal...
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Seja, pois, bem-vinda, Dra. Teresa Ter-Minassian. Mas só digo isto porque sempre tive uma certa queda por mulheres de personalidade forte. Nada mais.
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Juro que não é brincadeira: durante a redacção deste post, a rede foi três vezes abaixo. Yo no creo en brujas...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

ÉCHEC FRANÇAIS

Depois de um jogo chatérrimo, o Inter passou à final da Champions. Pela primeira vez desde 1972 (derrota ante o Ajax) o clube de Milão chega ao derradeiro jogo da competição. Desde 1965 que o Inter não vence o principal torneio do futebol europeu.
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Não esse o aspecto que mais me chama a atenção nas competições europeias, mas sim o habitual fracasso das equipas francesas. Veja-se este panorama:
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Equipas francesas que venceram a Champions League – 0

Equipas francesas que venceram a Taça dos Clubes Campeões Europeus – 1 (Olympique de Marselha – 1993)

Equipas francesas que venceram a Taça dos Vencedores de Taças – 1 (Paris St.Germain – 1996)

Equipas francesas que venceram a Liga Europa – 0

Equipas francesas que venceram a Taça UEFA – 0

Equipas francesas que venceram a Taça das Cidades com Feira – 0
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Uma situação incomum, para um país onde a prática do futebol é tão popular.
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OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER

Velhos, mas não ultrapassados, slogans voltam a estar na moda. José Pedro Aguiar-Branco, do PSD, citou Lenine na sessão comemorativa do 25 de Abril. A intervenção deste deputado de direita foi inteligente e teve punch. E um peculiar sentido de humor que tantas vezes falta à esquerda. Não entra aqui em linha de conta Francisco Louçã, que acha divertidas algumas coisas que diz.
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Mas este retomar do ousar lutar, ousar vencer, para além de ser uma saudação a camaradas brasileiros que têm um blogue com este nome, é também uma forma de se chamar a atenção para dossiês em aberto no concelho de Moura e que temos, em prol do desenvolvimento, feito avançar.
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Quase seis meses depois da tomada de posse é com prazer, e sobretudo com a convicção que podemos construir em Moura um futuro melhor, que faço este ponto de situação no que às zonas industriais diz respeito:
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UP 11 de Moura (nova zona industrial) - termina hoje a fase de discussão pública. Segue para reunião de câmara e, posteriormente para a Assembleia Municipal.
UP 1 de Santo Amador (que inclui uma área para investimento) - termina hoje a fase de discussão pública. Segue para reunião de câmara e, posteriormente para a Assembleia Municipal.
UP 4 de Amareleja - está seleccionada a equipa para desenvolvimento do plano para a zona industrial. Seguem-se a adjudicação e a execução do projecto. Prazo previsto: 12 meses.
Edifício-sede da LÓGICA, na UP 11 - obra em plena execução.
UP 1 de Moura (zona industrial antiga) - execução de infra-estruturas no loteamento B (obras em curso - investimento: 200.000 €).
UP 1 de Moura (zona industrial antiga) - foi concluído o projecto de obras de urbanização do loteamento A (em fase de apreciação pelas entidades competentes).
UP 1 de Moura (zona industrial antiga) - estão em concurso os últimos três lotes disponíveis: 38, 48 e área de expansão.
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O caminho faz-se caminhando. É por aí que seguimos. Estas sete intervenções estão em curso. São cruciais para o desenvolvimento do concelho e continuarão a ser colocadas no terreno.
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Talvez este mural do MRPP não tenha assim muito a ver com as zonas industriais de Moura (a pintura ocupa toda a empena de um edifício da zona oriental de Lisboa), mas acho inspiradoras aquelas multidões de gente decidida, sempre chefiadas por um operário com cara-de-pau ao lado de uma bandeira vermelha. Os ambientalistas ficariam também horrorizados com a ideia de progresso associado a fábricas fumarentas, tão ao gosto dos MR's. Outros tempos, decididamente.

terça-feira, 27 de abril de 2010

MUSEU DE PORTIMÃO

Um troféu desenhado por Joan Miró já tem que se lhe diga. Que esse troféu seja entregue por causa de um prémio do Conselho da Europa ganha mais significado. E mais ainda quando estamos a falar do Prémio de Museu Europeu de 2010, atribuído ao Museu de Portimão.
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"A extensão e qualidade do programa educativo do Museu em benefício da comunidade" foram razões para a atribuição do prestigiado galardão. Por detrás destas austeras palavras estão muitos anos de investimentos num trabalho que só ganha visibilidade ao fim de muito tempo. Nem todos têm a perseverança. Nem todos os autarcas esperam por resultados no longo prazo.
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O Museu de Portimão é um trabalho de grande qualidade, conforme já pude, com prazer, constatar no local. A exposição é clara e didáctica, faz uso das novas tecnologias sem exibicionismo, explica o que precisamos saber com rigor e eficácia. E tem aqueles fantásticos manequins à George Segal... Nas notícias tem-se falado sempre na instituição. Mas há um museólogo por detrás daquele projecto. Chama-se José Gameiro.
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Encontrar a página web do Museu de Portimão não é fácil. Aqui vai o endereço:
http://www.cm-portimao.pt/portal_autarquico/portimao/v_pt-PT/menu_municipe/servicos_municipais/museu_municipal/

SER SNOBE

Um adolescente perguntou-me no outro dia o que é que quer dizer "és um snobe". Para simplificar ilustrei a explicação com uma história verdadeira.
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Foi há uns cinco ou seis anos. Tinha sido convidado para participar num colóquio sobre património cultural. A Câmara Municipal organizadora do evento convidou-nos para almoçar. Ao chegarmos ao local da refeição deparámos com as mesas, devidamente preparadas, e já com as garrafas de vinho, que era Monsaraz, à espera dos convidados. O meu vizinho do lado era um conhecido académico que, depois de ter olhado atentamente a garrafa, perguntou:
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- Este vinho é bom?
- É, respondi eu, antes de perguntar, nunca bebeu Monsaraz?
A resposta foi primorosa:
- Nunca bebo vinhos que são anunciados na parte de trás dos autocarros.
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Ser snobe é isso.
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

O 25 DE ABRIL - ALFREDO CUNHA

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A data da comemoração foi ontem mas estas imagens já fazem parte da História de Portugal. Alfredo Cunha (n. 1953) foi o jovem autor da reportagem. Do alto dos seus 20 anos lançou-se ao trabalho e seguiu os momentos essenciais do dia 25 de Abril. Foi uma questão de intuição e faro jornalístico? Foi, de certeza. Mas as fotografias são todas de uma tremenda e vibrante qualidade. Uma excelente reportagem e a revelação de um grande fotógrafo português. Uma parte substancial do que aconteceu está contado no livro "76 fotografias e um retrato", de Adelino Gomes e do próprio Alfredo Cunha.
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Aqui ficam dois exemplos dessa reportagem. A imagem de cima é quase cómica, com o militar em dia de folga (julgo ser isso de que se trata), de ar pouco marcial e com uns tacões hoje desaconselhados pelos ortopedistas. Na fotografia de baixo está Salgueiro Maia (1944-1992), um dos heróis românticos do 25 de Abril.
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Alfredo Cunha está na net:
http://alfredocunha.no.sapo.pt/

GENERATION GAP - 2ª parte

À medida que a miúda ia lendo uma coisa idiota chamada Baby Blues a minha esperança esmorecia. Até que, na semana passada, trouxe da biblioteca um álbum das "aventuras" da Gaston Lagaffe. Achou o livro divertido "aquele tipo é um desastre" e vai ler mais. Nem tudo está perdido.
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Gaston Lagaffe é o mais improvável herói da BD. Nasceu do lápis de André Franquin (1924-1997) em 1957. Preguiçoso, caótico e inventivo tem a patente do mais extraordinário instrumento sonoro de sempre: o gaffophone. Vale também descobrir a paixão nunca consumada por Mademoiselle Jeanne e a razão porque os contratos com Monsieur De Mesmaeker nunca chegam a ser assinados.
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En savoir plus sur:
André Franquin - http://www.franquin.com/
Gaston Lagaffe - http://www.gastonlagaffe.com/

domingo, 25 de abril de 2010

QUIZ - A SOLUÇÃO

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E aqui está a solução, que não era nada difícil:

A – Rafael Rodrigues (n. 1961)

É o que se identifica com mais dificuldade. A boina tropa e o estar de lado não ajudam nada. Na altura era militante da JCP e trabalhava na Câmara de Moura. Foi vereador da Câmara de Moura entre 2005 e 2009, onde desempenha hoje as funções de Director de Departamento.

B – Santiago Macias (n. 1963)

O autor do blogue, de camisola à presidiário e óculos à Nicola di Bari. Era estudante e esquerdista. Vereador da Câmara de Moura desde 2005. Só aderi ao PCP em 2009.

C – José Maria Pós-de-Mina (n. 1958)

Era na altura vereador da Câmara de Moura. Já usava bigode e ainda tinha cabelo. Para além desse mandato (1979-1982) foi membro da Assembleia Municipal (1985-1997) e Presidente da Câmara (desde 1997). Uma vida dedicada ao nosso concelho, a verdade é essa.

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A máquina fotográfica era uma Ferrania. O autor do registo deve ter sido o Pantera, que na altura tinha mais juízo, politicamente falando. Por detrás do trio estão o José Francisco e a Hermínia.

Nessa altura já o José Maria era super-atinado (lembro-me que foi o único do grupo que assistiu, atentamente, ao comício de domingo à tarde), característica que ainda mantém. Devo confessar, e falo sobretudo para os leitores mourenses, que o Rafael e eu, e os outros suspeitos do costumeque por lá andavam, nos portámos pessimamente.

VIVA O 25 DE ABRIL! Vivam todas as nossas memórias de Abril!

sábado, 24 de abril de 2010

ONDE ESTAVAS NO 25 DE ABRIL?

– As tropas passaram-se para os comunistas diz você isto é alguma brincadeira de crianças isto é algum filme que bodega de tropas me arranjou general?
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O senhor doutor a ligar para o Ministério do Exército e nada, para o Ministério da Defesa e nada, a esquecer o orgulho e a ligar para o major e nada, os ministérios vazios, a secreta vazia, o telefone dos quartéis da Ajuda e do Carmo interrompidos, canções sem moral no rádio, o locutor a garantir que tomaram o aeroporto e a televisão e cercaram a polícia política, que Lisboa lhes pertencia e como se isso não fosse o suficiente para me aborrecer o canalha do jardineiro a estragar a relva e a trucidar os goivos, as criadas radiantes com o feriado a pilharem-me a despensa e o senhor doutor para o bocal num segredinho amargo
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– Responda-me com sinceridade embaixador Nogueira os comunistas controlam esta gaita ou não controlam é que se os comunistas controlam esta gaita temos de nos por ao fresco quanto antes.

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in ANTÓNIO LOBO ANTUNES, O manual dos inquisidores
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Não conheço texto que reflicta de modo tão claro, e de forma tão acutilante e com tanta elegância literária, o sentimento da classe dominante no Dia da Revolução. A festa-catarse durou exactamente 19 meses. Depois Portugal voltou aos eixos. Vai ficando certinho e europeu. As cabeças vão ficando assim, organizadas e certinhas. No outro dia um amigo comunista elogiava furiosamente a Suiça. Senti aquela declaração de amor como mais uma derrota da Revolução.

DEZ FILMES

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Ao longo de várias semanas fui divulgando excertos dos dez melhores filmes de sempre, de acordo com o painel de uma revista britânica. Vários amigos, em especial a minha amiga BB (que não é a francesa defensora dos bichinhos), perguntaram-me qual seria a minha lista.
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Uma lista é condicionada por muitos factores - não gostamos das coisas da mesma maneira ao longo da vida - e, no caso dos filmes depende, também, daqueles que ainda não vimos. Em todo o caso, aqui vão os meus dez filmes. Não são, necessariamente, aqueles de mais "gosto", mas os que foram ou são mais importantes.
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No topo está um filme:
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Morangos silvestres (Ingmar Bergman - 1957) 27º na lista da Sight and Sound
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Os anos passam e cada vez mais se adensa e ganha peso a viagem, real e onírica, do velho Prof. Isak Borg em direcção ao seu passado e às memórias desse passado. E Morangos silvestres tem uma fotografia soberba que acentua a proximidade da morte.


Os outros vão por ordem alfabética:
Apocalypse now (Francis Ford Coppola - 1979) -
As asas do desejo (Wim Wenders - 1987) -
Aurora (F.W. Murnau - 1927) 7º
Janela indiscreta (Alfred Hitchcock - 1954) -
Lawrence da Arábia (David Lean - 1962) 45º
Metropolis (Fritz Lang - 1927) 27º
O mundo a seus pés (Orson Welles - 1941) 1º
Que viva México! (Sergei Eisenstein - 1930) -
Tokyo monogatari (Yasujiro Ozu - 1953) 5º

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Também lá podiam estar:
Amarcord (Federico Fellini - 1973)
Contos da lua vaga (Kenji Mizoguchi - 1953)
Nostalgia (Andrei Tarkovsky - 1983)
O feiticeiro de Oz (Victor Fleming - 1939)
Rio Bravo (Howard Hawks - 1959)
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Pormenores curiosos dos meus dez mais:
Não há filmes franceses nem italianos.
Há três filmes alemães, dois deles mudos.
Não há nada posterior a 1987.
Há um filme inacabado, Que viva Mexico!.
Não há nenhuma comédia.
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Morangos silvestres

sexta-feira, 23 de abril de 2010

QUIZ

Pergunta (peço desculpa mas só é válida para mourenses, ou quase):
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Quem são os três jovens que estão sentados no chão, na parte da frente da fotografia (feita em Setembro de 1981, na Festa do Avante)? Aceitam-se sugestões.
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Soluções no dia 25 de Abril.
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CITIZEN KANE

Desde há cinquenta anos que o painel da Sight and Sound elege este filme como o melhor da História do Cinema. Se é ou não o melhor isso depende também das nossas flutuações sentimentais. Em todo o caso, é decerto um filme crucial. Orson Welles juntou um grupo de gente talentosa e revolucionou tudo. Os enquadramentos, a montagem e a narrativa foram refundados com Citizen Kane (O mundo a seus pés), de 1941. Muitos dos seus planos são revolucionários e poucos se poderão gabar de ter construído uma das mais citadas cenas do Cinema apenas com uma palavra: rosebud. É à volta dessa palavra que gira todo o mistério do filme.

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Aqui fica essa palavra, bem como o alfa e o ómega do filme. Citizen Kane foi o princípio da carreira cinematográfica de Welles, que tinha na altura 26 anos. A maldição deste filme genial perseguiu-o até ao fim da vida. Foi o primeiro e último filme em que Welles pode dispor de meios para trabalhar como queria. Toda a sua obra subsequente foi marcada por sobressaltos e peripécias.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

PRINCÍPIO DO PRAZER

O hedonismo de Manuel Teixeira Gomes vai a par com esta pintura do grande Paul Cézanne (1839-1906), Les Grandes Baigneuses, um óleo que tomou forma entre 1898 e 1905. As datas são próximas do texto de Teixeira Gomes. O ambiente destas baigneuses é, contudo, menos sulfuroso que o registado na costa algarvia...
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O quadro faz parte da colecção do Philadelphia Museum of Art.
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à sua volta os pombos cor de lava
nos arabescos pretos do basalto
e gente, muita gente que passava
e se detinha a olhá-la em sobressalto

no seu olhar havia uma promessa
nos seus quadris dançava um desafio
num relance de barco mas sem pressa
que fosse ao sol-poente pelo rio

trazia nos cabelos um perfume
a derramar-se em praias de alabastro
e um brilho mais sombrio quase lume
de fogo-fátuo a coroar um mastro

seu porte altivo punha à vista o puro
princípio do prazer que caminhava
carnal e nobre e lúcido e seguro
com qualquer coisa de uma orquídea brava

e nas ruas da baixa pombalina
sua blusa encarnada era a bandeira
e o grito da revolta na retina
de quem fosse atrás dela a vida inteira.
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Vasco Graça Moura

"Antologia dos Sessenta Anos"

INDIELISBOA

Começa hoje, e vai até dia 7 de Maio, o Festival de Cinema Independente de Lisboa. É a 7ª edição de uma iniciativa de grande interesse e que, por razões de ordem geográfica, só posso acompanhar de forma pouco regular.
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O apreço pela independência na criação é coisa que vem de longe. O gosto pelos cineastas-artesãos também. Gostaria de mostrar aqui um excerto de um documentário ao estilo do cinema-vérité que foi realizado por Frederick Wiseman (n. 1930) há quatro décadas. A minha admiração pela obra de Wiseman é enorme Como não consegui nenhum clip de Hospital deixo-vos uns minutos de Public Housing, de 1997. Embora o seu trabalho de documentarista se enquadre melhor no espírito do doclisboa a verdade é que o espírito independente deste cineasta-lutador se enquadra bem em qualquer destes contextos.
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Programação do INDIELISBOA: http://www.indielisboa.com

quarta-feira, 21 de abril de 2010

BRASÍLIA - 50 ANOS

Brasília, a cidade que hoje cumpre 50 anos (foi inaugurada a 21 de Abril de 1960), é-me sempre muito útil nas aulas sobre Antiguidade Tardia.
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Nada melhor que uma cidade feito pelo Poder e para o Poder para explicar a forma como o urbanismo das cidades imperiais se desmorona quando os sistemas de poder que lhe estão subjacentes deixam de existir. E Brasília é, de certa forma, uma cidade de um imperador visionário que, dando seguimento a um projecto antigo, a quis construir e que a conseguiu concretizar.
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Há um paralelo interessante entre a planta desta cidade - cujo plano piloto foi concebido por Lúcio Costa (1902-1998) e não por Oscar Niemeyer, como muitos julgam - e a das cidades do Império: estas tinham alamedas para os desfiles triunfais, Brasília tem avenidas onde marcham automóveis. Não imagino que um dia possa ocorrer aos edifícios de Brasília o que aconteceu aos fora, aos circos e aos teatros. Mas seguramente já cá não estarei para essa avaliação...
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LUÍS DOS SANTOS

Fotografia em grande estilo.
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Na passada sexta-feira, e no meio de uma ida ao meu centro de investigação, passei pelo Quebra-Costas, um dos meus sítios preferidos em Coimbra. Os bares não se medem aos palmos e aquele tem sempre iniciativas de interesse.
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Nas paredes do Quebra-Costas podemos ver, até dia 21 de Maio, um notável trabalho de Luís dos Santos, fotógrafo português radicado em Berlim. A exposição, intitulada "Passé Decomposé", centra-se no registo das instalações hospitalares de Beelitz-Heilstätten (ex-RDA), nos corredores e nas salas abandonadas. A harmonia das imagens, o seu cromatismo intenso aliam-se na perfeição ao caos do abandono e à desordem que se apodera dos edifícios esquecidos por todos.
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A página web do fotógrafo tem outros motivos de interesse. No seu portfolio inclui-se, entre outros, um projecto sobre a aldeia olímpica de 1936 (fotografia de baixo):
http://luisdossantos.net/

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Informações sobre a programação do bar Quebra-Costas:

http://www.quebra.eu/


FEIRA DO LIVRO III - MOURA: ANO 30

E hoje é dia de abertura da 30ª edição da Feira do Livro em Moura. Há um vasto programa de actividades, que se irá prolongar até dia 2 de Maio, e que poderá ser consultado aqui.
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Curiosidade suplementar: a primeira edição da Feira do Livro teve lugar em Setembro de 1981. Era então vereador da cultura um muito jovem autarca chamado José Maria Pós-de-Mina.
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Sobre a história da Feira do Livro de Moura veja-se a compilação feita no blogue Açúcar Amarelo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

FEIRA DO LIVRO II - O PECADO MORA EM FRENTE

Abre-se o livro e lemos:
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Ia-me elle contando as pericpecias da sua pesca, mas de repente pára e aponta para uma furna distante, visivel pelas frinchas que a perspectiva das rochas abre ao acaso: dentro estão duas mulheres sentadas, dobrando os chales com geito de quem se vae despir.
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O rapaz não as conhece e observa:
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-"Devem ser do campo e pensam que ninguem as vê...; a apostar que se vão despir e que a gente as vê nusinhas..."
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- "Deixa-as lá..."
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Despem-se com effeito, entre risos que mal ouvimos. Ambas são trigueiras comquanto mostrem nos braços uma alvura que os rostos não fazem suspeitar. Differem consideravelmente na edade. A uma d'ellas alteia-lhe a camisa no peito com exuberancias d'amojo e na outra cahe em pregas pelo gracil corpinho abaixo. Riem; riem muito, a porfiar qual d'ellas ha de primeiro despir a camisa. É a mais nova que se decide: mostra no torneado tronco dois meios limões agudos onde a outra põe logo os labios; depois esta abre tambem a camisa, soltando os tumidos seios maduros que a outra apalpa. Recrudescem os risos...
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Mas esta scena dura apenas momentos porque ellas logo enfiam as saias brancas pela cabeça, perscrutando medrosas com a vista, em redor, e, erguendo-se, desapparecem por detraz das rochas.
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Feche-se o livro.
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Data de edição? 1904. Título da obra? Agosto azul. Nome do autor? Manuel Teixeira Gomes (1860-1941), este senhor de ar muito distinto que vemos no quadro. Viria a ser Presidente da República (entre 6/10/1923 e 11/12/1925). Homem de vasta cultura, deixou obra literária de grande qualidade, marcada, em obras como esta ou como em Novelas eróticas pela sensualidade e por um forte apelo hedonista.

Os últimos 16 anos da sua vida foram passados em Bougie (Argélia), num exílio voluntário.

FEIRA DO LIVRO I - O PECADO MORA AO LADO

Aproveitando a abertura da Feira do Livro em Moura, que amanhã tem início, aqui vos deixo dois posts que têm a ver com livros. A começar com uma historieta verdadeira:
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Aconteceu em Ravenna, na Primavera de 1992. Tinha sido convidado para participar num encontro sobre arte paleocristã, o que fiz com especial prazer, embora me tenha endividado junto da família para poder pagar o bilhete de avião (outros tempos, que hoje, felizmente, as coisas já não são assim...). A páginas tantas, e como uma das sessões se eternizasse, resolvi ir à feira do livro, onde gastei largos minutos em volta dos livros de fotografia.
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No regresso encontrei um distinto professor universitário, e antigo padre, que me perguntou:
- Foi à feira do livro, Dr. Macias?
- Fui.
- Havia alguma coisa de interesse de arte paleocristã?
Respondi (juro que sem malícia nem provocação):
- Não reparei. Mas há uma secção de fotografia erótica antiga muito interessante.
A conversa ficou por ali. É por estas e por outras que o meu pai me diz com frequência "nunca irás longe". Fiquei meio arrependido, mas já era tarde.
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No dia seguinte, cruzei-me com o distinto professor universitário, e antigo padre, que me deu uma cotovelada cúmplice, dizendo "há lá uns livrinhos desses, sim senhor!". Prosseguiu o seu caminho, deixando-me surpreendido e sem ser capaz de articular palavra.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

REDE PATRIMÓNIO - MAIS UM PASSO IMPORTANTE

Vai ter lugar amanhã, às 17 horas, em Évora, a assinatura do protocolo de financiamento referente à Rede Urbana para o Património.
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Já em tempos (21 de Setembro de 2009) tinha feito referência a este assunto. O que era, na altura, uma certeza transforma-se agora em obra no terreno. O projecto, liderado pelo Município de Beja, integra ainda Moura, a Assembleia Distrital de Beja, Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola e Serpa. O investimento global é de 8.004.363 euros. O montante dos projectos do Município de Moura é de 908.748,64 €.
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Esclareça-se que, no que a Moura diz respeito, a obra do Jardim das Oliveiras – 275.915,85 € – está adjudicada e que a construção do
Centro de Joalharia (Museu Alberto Gordilho) – 407.832,79 € - se encontra em fase adiantada de execução. Ou seja, 75% do investimento que cabe a Moura está em concretização.

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Os outros projectos (Iluminação do Castelo de Moura, página web e linha comercial do Museu) poderão ser concretizados após a entrada em vigor do protocolo.

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Assim se dão passos seguros no domínio da reabilitação e da divulgação do nosso património. Aquilo que neste momento começa a ser visível - as obras na Igreja de Santo Aleixo, no Castelo, nos Quartéis e no Pátio dos Rolins são disso exemplo - ganhará, num futuro próximo, maior amplitude e dinâmica.

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sábado, 17 de abril de 2010

JOÃO GARCIA

Aos 43 anos, João Garcia concluiu hoje uma saga que iniciou em 1993. Torna-se o 19º alpinista a vencer as 14 montanhas com mais de 8.000 metros. É o primeiro português a lograr tal façanha. Há aqui qualidades raras: coragem, persistência, tenacidade.
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Os jornais já têm manchete para amanhã. E vão ficar curtos de adjectivos para tanto elogio.
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Levem este homem às escolas e ele que explique à rapaziada como é que se vence a adversidade e se ultrapassam obstáculos.
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Ver a página web do alpinista: http://www.joaogarcia.com/

GRUPO ALMOÇARISTA "OS GALOS DA MANHÃ"

E daqui deixo a minha homenagem ao Grupo Almoçarista Os Galos da Manhã, que tinha por sede a tasca O Galo da Manhã. Ficava, não sei se ainda existe, na Av. D. Nuno Álvares Pereira (freguesia da Venteira, Amadora). À entrada do estabelecimento estava um placard com as fotografias do sócios do grupo, cabeças humanas coladas em corpos de galináceos, num arranjo pitoresco e meio naïve. Organizavam excursões e tinham um ar divertido. Neste dia difícil para a comitiva portuguesa que se deslocou à República Checa aqui fica uma sugestão de programa, em estilo grupo excursionista:
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Dia 17
9.00 - Saída de Praga
13.00 - Chegada a Munique. Almoço no restaurante típico O Rei da Bratwurst
14.30 - Sesta
15.30 - Visita panorâmica aos museus e monumentos da cidade
15.50 - Saída para Monza
21.00 - Jantar no restaurante O meu Ferrari anda mais que o teu
23.00 - Alojamento na pensão Monza Inn
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Dia 18
7.00 - Saída de Monza
12.00 - Chegada a Clermont-Ferrand
12.30 - Almoço no refeitório da Michelin, seguido de visita à fábrica
13.30 - Sesta
14.30 - Tarde livre para compras em Clermont-Ferrand
16.00 - Saída para Barcelona
21.30 - Chegada ao aeroprto de El Prat de Llobregat (se não houver cinzas)
22.00 - Saída para Lisboa (fim dos serviços do Grupo Almoçarista)
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Fotografia de um grupo excursionista (não deve ser o de Praga) no blogue:

http://diasquevoam.blogspot.com/

BISSAU X - O RIO DOS SONHOS

Sempre achei imensa graça aquela quarteto de óculos escuros em plena ponte. Sempre gostei muito desta canção do americano Billy Joel (n. 1949), que a gravou em 1993.
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Penso, embora possa estar errado, que as filmagens de exteriores são algures no Deep South americano, uma das minhas obsessões desde há muito. As palavras têm quase laivos religiosos e andam à volta daquilo que procuramos.
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O que tem isto a ver com Bissau? Tem a ver com a intensidade do Geba, tem a ver com a procura e com a esperança. E com os sítios onde já fomos e queremos voltar e com os que não conhecemos e onde, em sonhos, já estivémos.
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And even though I know the river is wide
I walk down every evening and stand on the shore
I try to cross to the opposite side
So I can finally find what I've been looking for

NUVENS

Em Pompeia foi pior. A cidade ficou muitos séculos sepultada sob as cinzas do Vesúvio. Mas esta história da erupção do Eyjafjallajokull (os jornais optaram por citá-lo como o vulcão da Islândia, fórmula sensata e que evita embaraços) é interessante. E deixa-nos frente à evidência: a nossa civilização tecnologicamente avançada assenta em bases fragilíssimas e não temos maneira de responder, de forma eficaz, a estes sobressaltos.
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O que no dia 21 de Março parecia ser um problema local tornou-se num acontecimento com impactos em todo o planeta. A Europa está paralisada. E ninguém arrisca previsões.
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Nobuyoshi Araki (n. 1940), Black Cloud, 1997

sexta-feira, 16 de abril de 2010

VERDES SÃO OS CAMPOS


Domingo é dia de comemorar (e usar) o mundo rural. É em Monsaraz, numa organização do ICOMOS-Portugal, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Festival Escrita na Paisagem e da ADIM. Aqui vai o programa:

Locais: Monte do Barrocal e Lagar de azeite SEM FIM – Telheiro, Monsaraz

9.30h - MONTE DO BARROCAL

Encontro na entrada do Monte do Barrocal.

Visita ao Monte a partir da reportagem do Diário de Notícias de 1927 que entrevista o proprietário do Barrocal e mostra em detalhe como funcionava o Monte do Barrocal no seu auge.

O Monte do Barrocal é um dos mais significativos exemplos da região das unidades de exploração agrícola do Sul herdeiras da matriz romana que estão na base da paisagem cultural alentejana.

10.30h – CICLO DA LÃ/FESTA DA LÃ.INSTALAÇÃO/PERFORMANCE NO PÁTIO DO MONTE DO BARROCAL

Na Festa da lã pisa-se e feltra-se um têxtil ao som dos cantares femininos do Alentejo. Uma festa colectiva em que todos são chamados a participar e que conta com o Grupo Coral

Feminino de Viana do Alentejo que acompanha com cante esta recriação artística performativa de uma actividade ancestral e matricial da região e que se filia também nos ciclos transumantes de deslocação dos rebanhos para as terras planas do Sul.

Este movimento cíclico, secular, moldou também ele a nossa cultura, a paisagem rural do Sul a nossa arte a nossa arte funcional dos tecidos, das mantas, das lãs e todo um mundo de cultura a explorar para o futuro.


12.30h – ALMOÇO NO MONTE DO BARROCAL.

Todos vamos pôr em comum os alimentos e bebidas que trouxermos para o piquenique como sempre se fez nas festas campestres agrícolas e rituais da região. Vamos almoçar no telheiro do monte. Vinho de Reguengos, pão do Baldio queijo fresco de cabra da Corredoura de Monsaraz e tudo o mais que vier, espargos e túberas, cilarcas e paios, bolos folhados da Páscoa, bolos fintos e licores de café e poejo


15.00h – 18.00h Sessão de conversas e estórias escolhidas no SEM-FIM sobre o património rural, entre os que ainda constroem diariamente esse património e os que o estudam e investigam, contribuindo para a sua valorização e reconhecimento.

Participam: Cláudio Torres (arqueólogo), José Aguiar (arquitecto), Aurora Carapinha (arquitecta paisagista), Maria Fernandes (arquitecta), Ana Paula Amendoeira (historiadora), Fino (hortelão), Rafael Alfenim (arqueólogo), Luís Dias (artesão de materiais tradicionais de construção, tijolo burro, baldozas), Maria da Conceição Lopes (arqueóloga), Santiago Macias (arqueólogo), Mestre Velhinho (oleiro ainda com o conhecimento da construção das grandes talhas de barro), José António Uva (proprietário do Monte do Barrocal e promotor de projecto turístico), Joaquim Grave (ganadeiro), Daniel Monteiro (arquitecto paisagista e autor do projecto de reinstalação do cromeleque do Xerez), José Alberto Ferreira (professor de Artes/festival Escrita na Paisagem), Arlinda Ribeiro (restauradora de escultura e pintura mural), Jorge Cruz (arquitecto), Miguel Reymão (arquitecto), Vitor Ribeiro (arquitecto), João Pina (apanhador de espargos, túberas e cilarcas e conhecedor do campo, dos moinhos e dos sítios de pesca e caça, dos velhos caminhos e veredas), Alfredo Sendim Cunhal (agricultor), Ana Luísa Janeira (filósofa), Teresa Perdigão (antropóloga) e outros que apareçam e queiram participar.

Das 19h às 20h, percorrer a pé os percursos do imaginário, pequenos passeios a pé criados pela ADIM baseados nas lendas e estórias locais, passear entre menires e no romanzal, na rocha da noiva e/ou em Santa Catarina, apanhar laranjas nos Reboredos. Tudo ali à volta só para fazer fome para o jantar.

Durante a tarde:

Exposição na Galeria do SEM FIM de obras do escultor Gil Kaaliswart feitas a partir de peças ligadas ao património rural.

Às 20h Jantar no SEM FIM com o Grupo coral de Monsaraz, homens vestidos de fato domingueiro, bem dispostos que gostam de conversa e cante à volta de um ou vários copos de vinho, pão e queijo.

A participação nas actividades é gratuita. É uma festa do património rural. Pede-se a todos que queiram participar no pic-nic o favor de trazerem alimentos e bebidas para pormos em comum.

O Jantar no SEM FIM custa 15 euros por pessoa

É necessária inscrição prévia (por mail) para a participação nas actividades e para o jantar até ao dia 17 de Abril.

CONTACTO para informações e inscrições:

Ana Paula Amendoeira, anamendoeira@hotmail.com, tm 966824189

Cantamos, conversamos e divertimo-nos que é o mais importante para festejar o nosso mundo rural e aquilo que ele nos pode dar para a qualidade do nosso futuro


Organização: ICOMOS-Portugal, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Festival Escrita na Paisagem, ADIM

Apoios: Monte do Barrocal, Restaurante SEM-FIM, Município de Reguengos de Monsaraz, Município de Viana do Alentejo, Jornal Palavra