terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A CHUVA CHOVE...

A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine...
.
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene

.
... Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paço de imensos corredores espectrais,

.
Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,

Revira in-fólios, cancioneiros e missais...
.

Jackson Pollock (1912-1956), figura de proa do expressionismo abstracto, cultivou uma técnica conhecida como "dripping" (gotejamento). Não usava pincéis, no sentido em que habitualmente estes são utilizados. Lançava a tinta sobre a tela, colocada no chão, usando por vezes regadores ou arrastando os pés sobre a superfície sobre a qual trabalhava. Lembrei-me do nome de Pollock (chovendo sobre a tela, na imagem de cima), de cujo trabalho não sou um fã de primeira linha, nestes dias em que toda a água do céu parece cair sobre Portugal.

Cota da barragem de Alqueva às 23 h. de ontem: 151.90

1 comentário:

Anónimo disse...

Às 16:00 de ontem (dia 12) atingiu a cota Máxima, e hoje às 00:15 estava na 152.12, mais 12 centímetros que a cota máxima, ou seja, 88 centímetros abaixo da cota de segurança.

Como sou um fã incondicional do Alqueva:
- Venha água até à cota 153.

Watergate