segunda-feira, 14 de setembro de 2009

RICARDO I, O BAJULADOR

Dizia-se de Leonid Brejnev que tinha tanto sentido de humor que coleccionava as anedotas que circulavam a seu respeito. Ao que parece coleccionava também autores de anedotas.
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A relação dos políticos com os humoristas ou é uma tragédia ou uma farsa. Frequentemente assistimos a ambas. Como esta noite, quando Ricardo Araújo Pereira "entrevistou" José Sócrates. Sócrates fingia-se entalado e Ricardo A. Pereira fingia que colocava perguntas incómodas. As graças de parte a parte foram frouxas e sem punch. Uma bajulação penosa e sem sentido. Aquele horrível toque português suave no-fundo-somos-todos-amigos-e-uns-gajos-porreiros no seu pior.
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Pior mesmo, ainda que noutro aspecto, só quando Herman José perguntou a Carlos Carvalhas qual o filme que vira recentemente e de que mais gostara; Carvalhas, com aquele ar sossegadinho, respondeu "Pulp Fiction". Herman seguiu em frente, sem ter a curiosidade de perceber o que leva um pacato secretário-geral comunista a gostar de um filme que é um hino à perversão.
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Seguem-se mais quatro capítulos de bajulação. Resta-me ver como reagirá às provocações Francisco Louçã, o homem que, com José Sócrates, disputa o título de político com menos sentido de humor.
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8 comentários:

Anónimo disse...

os meus filhos... lol... os meus filhos... lol...

" a ver se o menino não se esquece do guião "... ai ai

Anónimo disse...

Querias ser o entrevistado, invejoso LOL

Ricardo Cataluna disse...

Foi demasiado encenado. Sócrates tentou ser espontâneo, mas não resulta, não pega. É rara a aparição pública em que ele não leva o discurso ensaiado ao limite.

Santiago Macias disse...

Nem mais nem menos. Aborrecidamente encenado. Não é Jon Stewart quem quer...

Anónimo disse...

Vamos rir quando for o tio J(G)eronimo. Sempre quero ver o que dizes LOL

Santiago Macias disse...

Não direi nada porque já vi o que tinha a ver. O humor cerimonioso e de vénias não faz o meu género. Julgava ter sido claro, mas parece que não...

oasis dossonhos disse...

Nem toda a gente foi dotada com perspicácia, vendo fantasmas em todas as esquinas...
Confundem o lambebotismo, patente na entrevista ao Sócrates, que deve ter ido com a ameaça de rolarem cabeças se corresse mal para ele, com o esboço de provocação com que foi recebida a senhora (que tem mais sentido de humor que o primeiro).
Os rapazes do Gato Peçonhento têm muita gracinha no café do bairro deles. Para humoristas falta-lhes o gozo da liberdade, lembram-me um jovem poeta da moda e de sucesso, que um dia foi à televisão dizer que tinha de escrever porque tinha fêmea e crias, e tal, governar a vidinha. Quanto ganharão os gatos pelo pseudo humor que nos impingem?
Aposto que vão bater em coisas gastas como o "Sim, é possível" que o pcp usa há anos ter sido roubado a Obama...Poupem-me!!!
LFM

Anónimo disse...

LOL humor necessita-se seja ele qual for. A proposito de humor vi um programa eleitoral que me deu uma vontade de rir. Tens de acertar qual foi LOL