quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ON PHOTOGRAPHY

Não, não vou falar do célebre ensaio de Susan Sontag.
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Ao levar há dois dias a minha Leica R7 para reparação (uma queda quase me levava a relíquia, comprada em segunda mão há uns bons dez anos por 450 contos) reparei numa prateleira do laboratório onde repousava uma velha Nikon FM2.
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Foi a minha primeira máquina fotográfica - não entra aqui a Ferrania com que fazia as "reportagens" à beira do Ardila - e o primeiro grande trauma da entrada na idade adulta. "Precisam de um bom aparelho", ordenou o Prof. Mendes Atanásio, director do curso de História da Arte. Custava tal coisa, em 1981, a exorbitância de 30 contos (150 euros). E agora? Pedir a massa ao João nem pensar. Ao avô Chico dava-me vergonha e não tinha forma de lhe pagar depois. Salvou-me o Carlos Almeida, estudante de Direito (suponho que é hoje jurista da TAP) e indivíduo com uma lábia de fazer inveja. Convenceu não sei quem a deixar-me ser divulgador da CREDIVERBO.
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Dias depois andava eu de pasta na mão marcando entrevistas aqui e ali, a vender enciclopédias, meias-enciclopédias, quartos de enciclopédia, aulas de inglês e sei lá que mais. Fui expulso da ANA e do Ministério da Educação. Gaguejava, atrapalhava-me e metia os pés pelas mãos. A coisa só não era pior porque, afinal, os materiais da VERBO, eram de boa qualidade. As percentagens proporcionadas aos vendedores eram decentes: 25% nas vendas a crédito, 30% a pronto. Aquilo durou três ou quatro semanas, o que deve significar que, como vendedor, até nem era mau de todo (embora tenha sido o meu mais destestável trabalho)...
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Um amigo trouxe-me dos Estados Unidos uma Nikon FM2, com uma magnífica lente de 50 mmm (1:8). Ainda hoje me acompanha. Competindo com as Leicas M6 e R7 e metendo a um canto a Nikon D70.
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Não gosto muito de remeter para a wikipedia mas, à falta de melhor, aqui vai: http://en.wikipedia.org/wiki/Nikon_FM2

1 comentário:

Alexandre disse...

Grande máquina!

(às Leicas, nunca cheguei,fiquei-me sempre pela inveja e por dizer, como na fábula das uvas, que aquela coisa do telémetro, nao haveria de ser grande coisa... :)